Equipamento integrado ao Programa Adjuvantes da Pulverização atende demandas de fabricantes de adjuvantes que perseguem qualidade técnica;
modelo importado custa acima de US$ 1 milhão, segundo informa pesquisador
Um equipamento aparentemente simples, capaz de produzir resultados semelhantes aos obtidos com os modelos importados de última geração, que valem acima de US$ 1 milhão, o ‘túnel de vento’ do programa Adjuvantes da Pulverização atrai fabricantes de adjuvantes agrícolas do País, em busca da certificação de funcionalidade para seus produtos. O aparelho 100% nacional foi desenvolvido no laboratório do programa, na cidade paulista de Jundiaí, e avalia com precisão a interferência dos adjuvantes na ‘deriva’ de agroquímicos como herbicidas, fungicidas, inseticidas e acaricidas.
Deriva remete a uma quantidade de agroquímico que “escapa” do alvo de uma aplicação, no ato da pulverização. Vários fatores ocasionam esse fenômeno, desde a ação do vento até o acréscimo de adjuvantes inapropriados à calda da pulverização de um agroquímico, segundo explica o coordenador do programa Adjuvantes da Pulverização e pesquisador Hamilton Ramos.
“Adjuvantes têm por função agregar efeitos como espalhante, umectante e penetrante. Produtos de baixa qualidade e funcionalidade não comprovada causam deriva e trazem problemas ambientais, agronômicos e à saúde do trabalhador rural, entre outros”, exemplifica Ramos. Segundo ele, o túnel de vento do programa representa um avanço ao conhecimento atrelado à relação entre adjuvantes e deriva. “Simplificado em sua estrutura de engenharia, o equipamento possibilita análises altamente confiáveis e a custo acessível.”
De acordo com Ramos, as principais características do túnel de vento são o formato cilíndrico – há outros no País com estrutura retangular -, diâmetro de aproximadamente 1 metro e 8,40 m de comprimento. Estão acoplados ao equipamento pontas de pulverização e também um reservatório, para armazenagem da calda de pulverização e do adjuvante, além de um mecanismo para ‘aspiração’ dos produtos em estudo e a medição de deriva.
Legislação e selo – Hamilton Ramos esclarece que ao contrário do que ocorre na indústria de agroquímicos ou defensivos agrícolas, cujos insumos são alvo de rigorosas etapas de testes e pesquisas para registro e fiscalização, adjuvantes agrícolas produzidos no Brasil não passam pela regulação oficial. “Essa brecha legal abre espaço para uso incorreto e inseguro de defensivos agrícolas e também de adjuvantes.”
Ramos enfatiza também que no final de 2021 o programa Adjuvantes da Pulverização lançou o selo CEA-IAC, com a finalidade de certificar a funcionalidade de adjuvantes agrícolas informada nos rótulos destes produtos, pelos fabricantes. Até agora oito empresas já obtiveram a certificação. Outras cinco estão em fase de cadastramento.
O pesquisador ressalta ainda que o programa Adjuvantes da Pulverização constitui uma iniciativa sem fins lucrativos, mantida com recursos privados, nas dependências do Centro de Engenharia e Automação (CEA), do Instituto Agronômico (IAC), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de SP sediado há mais de 50 anos na cidade de Jundiaí.
FONTE: ASSESSORIA BUREAU NETWORK FORCE
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