As vendas de soja 2021/22 do Brasil atingiram 36,5% da produção esperada, indicando um atraso contra o ciclo anterior e ante a média histórica para esta época, informou nesta sexta-feira a consultoria Safras & Mercado, que vê produtores capitalizados e na expectativa de preços maiores após seca na região Sul.
Na mesma época do ano passado, a comercialização da safra nova do maior país produtor e exportador global estava fixada em 57,7%, enquanto a média histórica para o período é de 40,2%.
Levando em conta a projeção de produção de 144,71 milhões de toneladas para a oleaginosa em 2021/22, a consultoria estima que 52,8 milhões de toneladas estejam negociadas antecipadamente.
No comparativo mensal, a comercialização avançou quatro pontos percentuais, mostraram os dados.
O analista da consultoria Safras & Mercado Luiz Fernando Roque disse que as vendas estão atrasadas porque os agricultores estão capitalizados, o que diminui a pressão para fechamento de negócios, e eles apostam em novas altas.
“Estão apostando que os preços vão estar mais altos daqui a algumas semanas e meses, e pela tendência é bem possível que isso aconteça devido aos problemas no Sul”, disse.
Roque ressaltou que dois dos principais Estados produtores –Paraná e Rio Grande do Sul– estão na região mais afetada pelo fenômeno climático La Niña, assim como a Argentina, o que ajuda a impulsionar as cotações.
“Nesse momento, principalmente o produtor do Sul do Brasil, também está com muito medo de avançar nas vendas porque ele não sabe quanto ele vai colher”, afirmou.
“Isso ajuda a segurar um pouco do ritmo brasileiro de comercialização”, acrescentou o especialista.
Por outro lado, ele disse que os agricultores de Mato Grosso estão em um patamar mais elevado de vendas antecipadas em relação aos demais Estados, com 47%, embora inferior à média histórica para o período, de 50%.
No Paraná, os negócios chegaram a 25% da produção esperada e no Rio Grande do Sul a 17%, contra médias histórias de 34% e 23%, respectivamente.
FONTE: ISTO É DINHEIRO
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