Presidente da entidade tem buscado evitar que os grandes clubes europeus concentrem o poder para si e enfraqueçam outros centros
Nos últimos anos, o crescimento técnico do futebol europeu em comparação com outros continentes foi resultado de um trabalho de mão dupla. De um lado os dirigentes organizaram o futebol, com novos modelos de gestão e a globalização.
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De outro, o novo contexto, movido pelo poderio financeiro, ajudou a enfraquecer os clubes sul-americanos. Mas os dirigentes europeus querem ir além: criar uma SuperLiga europeia, que substitua a Champions e monopolize ainda mais o interesse de patrocinadores e torcedores pelo mundo, conforme informou o site espanhol Palco23.
A Fifa, porém, ainda que sediada na Europa, tem buscado frear essas intenções, tentando alternativas de gestão que possam reverter o quadro. Uma delas é o novo modelo de Mundial de Clubes que, por causa da pandemia, foi transferido de julho de 2021 para junho de 2022, antes da Copa do Mundo do Qatar.
O presidente da Fifa, Gianni Infantino explicou o objetivo da entidade, em entrevista ao jornal suíço Aargauer Zeitung, entre outros.
“O Liverpool tem 180 milhões de aficionados no mundo todo, enquanto o Flamengo tem 40 milhões de aficionados e 39 milhões deles estão no Brasil; o Liverpool tem talvez cinco milhões de torcedores na Inglaterra e 175 milhões no mundo todo. Essa é a minha visão: ter 50 clubes e 50 seleções nacionais que possam converter-se em campeões do mundo”, disse.
A questão de internacionalizar clubes como Corinthians ou Flamengo é válida mas, na definição de torcedor, é muito mais comum o chamado torcedor-raiz ser do próprio país. Esse público de “aficionados” do Liverpool fora da Inglaterra, em sua maioria, muito provavelmente é formado por simpatizantes do clube e não propriamente torcedores.
Simpatizantes, no entanto, também podem gerar receita e atrair patrocinadores para as agremiações.
“Não se trata de Bayern de Munique contra o Liverpool, mas do Bayern contra o Boca Juniors”.
A Fifa tem considerado que, apesar de o atual Mundial Interclubes reunir campeões de todos os continentes, tendo inclusive já realizado uma final entre Bayern e Boca, não tem despertado o devido interesse, principalmente para o mercado europeu de torcedores.
No novo modelo, seriam contempladas iniciativas que despertassem o interesse dos clubes e, consequentemente, dos torcedores. Uma delas é ampliar o número de participantes para 24, sendo oito da Europa, seis da América do Sul, três da Concacaf, três da África, dois da Ásia, um da Oceania, além do campeão do país-sede. Para isso, Infantino garante:
“A Fifa está centrada no êxito do renovado Mundial de Clubes”.
FONTE: R7.COM
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