Time faz grande primeiro tempo em clássico contra o Fluminense, aliando futebol ofensivo e segurança atrás. Desafio é conseguir manter o ritmo por tempo mais longo
Aos poucos, conceito a conceito, Domènec Torrent vai conseguindo abrir seu caminho no Flamengo. A vitória sobre o Fluminense por 2 a 1 confirmou a sequência de evolução da equipe – são sete jogos de invencibilidade e quatro triunfos seguidos -, em que a cada partida um novo tijolo vai sendo colocado no novo prédio rubro-negro.
Ao contrário do que é normalmente apregoado no futebol, Dome começou a montar suas bases pelo ataque, e não pela defesa. Desde que optou pelo 4-2-3-1, o técnico clareou a parte ofensiva do Flamengo, que vem dando boas respostas desde o triunfo sobre o Santos.
Ajustes na defesa
Diante do Fluminense, foi a vez de se detectar uma evolução na defesa. Se nos jogos anteriores o time ainda parecia inseguro, especialmente na transição, ainda sem muitas referências para a marcação alta, o clássico no Maracanã mostrou melhorias.
Especialmente no primeiro tempo, a linha defensiva chegou a jogar toda no campo de ataque, mesmo quando a posse de bola era do rival. O Flamengo marcou num 4-4-2, deixando Diego mais à frente com Gabigol.
Mais do que o posicionamento alto por si, chamou a atenção uma maior compactação entre as linhas e uma coordenação melhor ajustada – destaque para Thiago Maia, impecável cobrindo as subidas de Isla, por exemplo.
A marcação pressão foi uma das características mais marcantes do Flamengo de 2019 e também faz parte dos conceitos de Dome. Mas é algo muito mais complexo de se ajustar, ainda mais num cenário com pouco tempo para treinos.
Aos poucos, o técnico vem conseguindo aprontá-la do seu jeito. Quando a estratégia funciona, o time domina completamente a partida, como foi o primeiro tempo.
– Taticamente acho que a cada dia jogamos um pouco melhor e entendemos o que queremos fazer contra cada adversário. Acho que estamos todos melhores. Eu também – disse Dome após a vitória.
Ataque mais móvel
Ofensivamente, os jogadores estão cada vez mais habituados às ideias de Dome. As críticas ao jogo posicional, que sugeriam um time estático, perderam espaço. Contra o Fluminense, foi possível ver Gabigol por todos os lados do campo, com Arrascaeta, Diego e Everton Ribeiro juntos pelo meio, e Isla sempre dando opção pela direita.
É a premissa básica da filosofia do técnico: as posições precisam estar ocupadas, seja por quem for. Gabigol pode ser o homem da amplitude pela esquerda, desde que Diego centralize no comando do ataque. Ou Filipe Luís pode abrir por aquele lado, com Gabigol na referência e Arrascaeta mais por dentro.
Conforme o trabalho avança, essas movimentações ficam mais naturais, e o Flamengo ganha mais opções.
Queda no segundo tempo
É importante, porém, que estes momentos de bom futebol sejam cada vez mais constantes. O segundo tempo do Flamengo foi bem diferente. O time pareceu se desconcentrar com a vantagem, recuou e mostrou até certa displicência nas chegadas ao ataque, tamanho era o espaço oferecido pelo Fluminense.
Manter o nível de atuação por um período maior do jogo é um dos próximos desafios neste quebra-cabeça rubro-negro que Dome vai montando aos poucos.
FONTE: GLOBOESPORTE.COM
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