É a realidade que os pensamentos rasos desejam desconhecer ontem, como hoje. “Não há a menor razão para se acreditar que o capitalismo esteja em colapso ou que qualquer alternativa a ser proposta pelos mágicos em voga seja melhor. O máximo que se pode dizer é que o capitalismo está sofrendo transformações, algumas das quais penosas. Mas, essas mudanças servirão para fortalecê-lo, embora pareçam enfraquecê-lo” (Henry Louis Mencken).
PREFEITO REVOGA FERIADO DE 12 DE JUNHO
O prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves acertou em cheio quando atendeu ao pedido de empresários e revogou o decreto que antecipava o feriado de 2 de outubro, dedicado ao aniversário do Município, para a próxima sexta-feira (12). A medida tinha sido tomada para favorecer o comércio, mas, de fato, não favorecia porque uma liminar estranha da Justiça do Trabalha, de vez que multa os empresários se usar mão de obra nos feriados a pedido dos sindicatos trabalhistas, que com reivindicações fora do contexto numa hora de crise, impedem qualquer acordo, não permitir a abertura do comércio naquele dia. Alguns segmentos vão trabalhar no sistema de delivery nos dias 11 e 12/06 (dia dos namorados), como é o caso das floriculturas. Se não fosse revogado o feriado as empresas não poderiam fazer uso da mão de obra dos colaboradores. Hildon estabeleceu ponto facultativo em órgãos do Município, já inviabilizados de abrirem em razão de decreto governamental.
NÃO É BEM ASSIM, MAS, NUNCA SE SABE
Diante da repercussão negativa das palavras do coronel Alexandre da PM/RO, num vídeo, que viralizou nas redes sociais em que dizia que jogaria duro com as pessoas que descumprem o decreto de isolamento e que elas “sofreriam as consequências” no momento em que fossem abordadas, o governador Marcos Rocha afirmou que se tratou de uma “fala equivocada” e que a possibilidade de prisão pelo descumprimento da normativa de isolamento social em Porto Velho e Candeias do Jamari é falsa. Textualmente disse que “Sou contra essas ações no estado de direito que vivemos e mesmo que estejamos em um momento de exceção, entendo que não é aceitável. A normativa visa a maior adesão da população ao distanciamento social”. O problema é aquela velha questão da pequena autoridade: o realista é mais realista que o rei.
CRISE MORTAL PARA O CNPJ DOS MICROS E PEQUENOS
Se com a crise da covid-19, depois de mais de dois meses de paralisação, a coisa já estava feia, agora, com mais esta semana de restrição quase completa das atividade econômicas, a coisa ficou, realmente, pavorosa. Não há dados para Rondônia, mas em pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria), os meses de março e abril tiveram reduções respectivas de 13 pontos e de 4,1 pontos, situando o indicador de PPI (Panorama da Pequena Indústria) em 27 pontos, numa escala de zero a cem. Foram os dois menores números da série histórica, iniciada em 2013. Aqui, com certeza, também a pequena indústria passa mal e o pequeno comércio nem se fala. Donos de bares estão de chapéu na mão e as bancas de revista, que já passavam por extrema dificuldade, se queixam de que nem adianta abrir: não aparece um cristão sequer. Também o pessoal que explora os estacionamentos estão com o pires na mão. Os micros e pequenos são as grandes vítimas desta crise. É uma crise de matar MEI.
CORONAVÍRUS MUDA COMPORTAMENTO DOS CONSUMIDORES
Um estudo da Consumer Insights da Kantar, líder global em dados, insights e consultoria, revela que o novo coronavírus transformou o comportamento dos consumidores brasileiros com a inclusão de novos canais na rotina de compra da população. É significativo o fato que as pessoas, agora, busquem fazer o abastecimento em mercadinhos de bairro, pequenos varejos e varejos tradicionais. Antes da pandemia, as compras se concentravam em atacarejos. No primeiro trimestre de 2020, em comparação com o último de 2019, mais de 2 milhões de lares passaram a comprar em pequenos varejos, mais de 1,2 milhão em varejos tradicionais e mais de 200 mil em supermercados da vizinhança. Para 60,2% dos entrevistados a mudança deve-se à necessidade de evitar aglomerações, 59,6% a fizeram para não ter grandes deslocamentos, enquanto 53,5% a justificam pelos preços acessíveis. O estudo da Kantar também segmentou os perfis de compra para cada tipo de canal de venda. Enquanto os minimercados atraem majoritariamente pessoas de 40 a 49 anos das classes CDE, com filhos adultos, o varejo tradicional é o preferido de quem tem até 29 anos e crianças pequenas.
CRESCE A VENDA DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS MESMO NA CRISE DO CORONAVÍRUS
Na indústria automobilística as vendas de máquinas agrícolas e rodoviárias foi o único segmento que cresceu nestes cinco meses de 2020. Em maio foram negociadas 3,8 mil unidades, 61% a mais que em abril e 23,3% acima de maio de 2019. No acumulado do ano teve 15,7 mil unidades, 0,9% a mais que em iguais meses do ano passado. Neste mesmo intervalo, automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus registraram queda de 37,7% em média. Os números foram divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). O setor é impulsionado pela produção de grãos (que deve bater novo recorde este ano com 252 milhões de toneladas) e pelo aumento do consumo de carne bovina, suína ou de aves. Mas, apesar disto houve uma queda de 30% na venda de tratores de baixa potência (até 80 cavalos), em regra utilizados pelos pequenos agricultores, que respondem por 70% do que chega na mesa dos brasileiros. A entidade afirma que todas as associadas voltaram ao trabalho, mas o ritmo do setor também é afetado por medidas necessárias à redução de risco de contágio pelo Coronavírus. No acumulado do ano as fabricantes instaladas no Brasil montaram 15,7 mil unidades, 22,5% a menos pela comparação interanual.
AUTOR: SÍLVIO PERSIVO – COLUNA TEIA DIGITAL
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