Edmar Martins do Carmo, Vice presidente da Associação dos Produtores e Produtoras agrícolas do Projeto de Assentamento Taquara no distrito de Abunã, município de Porto Velho (ASPRONONA), compareceu a redação da folha Rondoniense, e apresentou uma lista de reivindicações que será encaminhada as autoridades do estado e do município relatando a caótica situação em que se encontram.
Segundo o líder Edmar, a defesa civil do estado e município em caráter de urgência precisam agir imediatamente, visando levar um socorro, um alento as pessoas atingidas pelas cheias do Rio Madeira, pois falta de tudo para as pessoas tanto do distrito como da zona Rural, só para citar alguns itens, disse que falta Agua, Alimentos, combustíveis (para voadeiras, utensílios agrícolas) médicos, medicamentos, e principalmente há a necessidades de arrumar uma solução urgente para as pessoas que começam a voltar para sua residência, devido as aguas terem começado a baixar, e quando chegam as suas residências, o estado é desolador, com mal cheiro, fortes odores, fossas sépticas se misturando com agua de poço, é um verdadeiro caos.
Acesso a Br 421 e apoio da Imprensa
Para finalizar o vice –presidente solicitou as autoridades do estado, que procedam a manutenção da nona linha taquara, oitava linha (taquara) e os travessões ligando as linhas na Br 421, assim será possível minimizar o sofrimento daquela comunidade. Aproveitou para pedir aos veículos de comunicação do estado que divulguem a situação dramática em que se encontram, para que a defesa civil do estado e do município tomem alguma providência.
Da Redação Folha Rondoniense.
Vejam abaixo as reivindicações da comunidade, entregue a folha Rondoniense.
Informamos a situação precária que se encontram os moradores da Vila de Abunã e redondezas, devido à cheia do rio Madeira.
Estamos isolados de Porto Velho e de Nova Mamoré. Falta gás de cozinha e combustível a mais de trinta dias. Os dois postos de Abunã e Vila da Penha estão vazios.
Quando encontrada, a gasolina, vendida a granel, sai na faixa preço de R$6,00 a R$8,00 o litro e o gás, quando tinha, já foi vendido de R$85,00 a R$120,00.
A única empregadora da região, Frigorífico Frigo Nosso, dispensou os funcionários até segunda ordem, pois não consegue receber matéria prima e transportar a carne. Os produtores de leite, derivados e hortaliças perdem a produção, pois não conseguem comercializar o que produzem.
Falta ração para os animais domésticos e alguns itens básicos da alimentação humana estão racionados.
Estamos com problema na distribuição de energia elétrica, pois quase todos os dias ficamos sem energia por até 16 horas.
Quem recebe aposentadoria, bolsa família ou bolsa escola está impossibilitado de comparecer a Jaci-Paraná ou Nova Mamoré para receber os benefícios, pois, só com o deslocamento, tem que pagar mais de R$200,00, além de hospedagem e alimentação, uma vez que raramente conseguem fazer o trajeto ida e volta no mesmo dia. Além disso, Nova Mamoré, também isolada, tem tido problemas para abastecer os bancos com dinheiro, o que impossibilita a pessoa de sacar seu pagamento de uma única vez.
Somente na última semana os habitantes das linhas receberam a visita de integrantes da Defesa Civil, que fizeram levantamento das famílias atingidas indiretamente, para possível distribuição de cestas básicas, mas, ainda não fomos contemplados.
Falta apoio na área de saúde, não há médico nem remédios. Na maioria das casas de Abunã, a água dos poços está contaminada pela água das fossas que se misturaram quando o rio subiu. Como o rio já baixou mais ou menos um metro, algumas famílias estão retornando às suas casas, mesmo com o mal cheiro e a presença intensa de mosquitos que podem transmitir doenças.
Lamentamos a falta de assistência de nosso governo, pois somente vemos passar carretas com combustível e alimentação destinados ao Acre e nós somos ignorados em nossa dificuldade.
Além disso, temos outros problemas como a precariedade das estradas e a ausência das aulas, já que nossas escolas estão sendo usadas pelos desalojados ou desabrigados da cheia.
Edmar Martins do Carmo
Vice-Presidente da ASPRONONA
Associação dos Produtores e Produtoras Rurais da Nona Linha-PA – TAQUARA – Comunidade de Abunã, e entorno
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