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Os efeitos do Coronavírus na Economia – Por Sílvio Persivo

Se você, diante das circunstâncias, não faz nada, com certeza, vai morrer por não poder prover a própria subsistência. “O mundo pertence aos otimistas: os pessimistas são meros espectadores” (Eisenhower). 

MEDIDAS ECONÔMICAS DO GOVERNO MINIMIZAM EFEITOS ECONÔMICOS DA CRISE

Segundo o secretário de Estado de Finanças de Rondônia (Sefin), Luís Fernando Pereira da Silva, as medidas econômicas do Governo do Estado seguiram três linhas:  a simplificação do cumprimento das obrigações, com a prorrogação da validade de certidões negativas de tributos e  suspensão das exigências de cumprimento de notificações de prazo, para facilitar o cumprimento das obrigações tributárias acessórias. A prorrogação do  vencimento do ICMS, nas empresas do simples nacional, por seis meses, de forma que os impostos que venceriam em abril, maio e junho, passaram a ter o vencimento para outubro, novembro e dezembro, assim  aliviando o caixa das empresas e também, em relação às demais empresas, que não são do simples nacional, foram adiados em seis meses o vencimentos do ICMS, a substituição tributária e o diferencial de alíquota antecipado. Que são aqueles que mais oneram o caixa das empresas, por terem que pagar antes de realizar as vendas. Ou seja, permitiram que os recursos da arrecadação possam ir os pagamentos de salários, aluguéis e demais custos fixos. Tentando garantir a sobrevivência das empresas neste período de suspensão das atividades. Isto, porém, tem, com certeza, reflexos muito fortes no próprio tesouro estadual que sofre, e muito, com a perda das arrecadações. Como complementação destas medidas o governo também criou, para o microcrédito, uma linha de crédito no valor inicial de 12 milhões de reais, com juros zero, por meio do Banco do Povo, para atender os microempreendedores, como ambulantes, barbeiros e similares, alfaiates, costureiras e outros negócios micros.  A Prefeitura também adotou medidas para adiar as obrigações de pagamentos dos tributos, prorrogação de prazos de certidões e suspensão de prazos. Apesar de bem vindas, no entanto, as medidas não são suficientes para manter a sustentabilidade de muitas empresas. 

CRISE É MUITO MAIS POLÍTICA 

Repercutiu, e muito, a entrevista do médico Valter Coelho , reconhecido médico de Rondônia com largo conhecimento na sua área, afirmando que a questão do isolamento é uma questão muito mais política que de saúde. De fato, é uma opinião abalizada e que não está sozinha.  Há uma enorme corrente de especialistas da área que dizem ser o isolamento geral um erro e até mesmo que piora a saúde das pessoas. A entrevista dele pode ser vista no link: https://youtu.be/pEjJf1q3psE

A CERTEZA QUE EXISTE É QUE, COM A ECONOMIA PARADA, OS EFEITOS SERÃO CATASTRÓFICOS 

Como economista, já me posicionei em várias discussões, considero o isolamento de todos como uma medida completamente irracional. Em primeiro lugar, se examinamos a definição de saúde da própria Organização Mundial da Saúde-OMS que define saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades”. Ou seja, não dá para pensar em saúde apenas como uma questão de doenças. A saúde envolver bem-estar social e mental. Como fica alguém que perde sua empresa e precisa demitir seus colaboradores? Como fica quem perde seu emprego? Como fica o autônomo, que vende, por exemplo, um churrasquinho ou pipoca, que não pode ganhar seu pão? Em suma, não se pode reduzir a vida a um único aspecto. Parar toda a economia em função de uma doença. Como economista sei que nenhuma sociedade resiste sem produção. Os bens não caem do céu. O estado não se sustenta sem arrecadação e não há arrecadação sem a economia funcionar. Já são mais 2 milhões de pessoas desempregadas, mais 15, 20 dias serão 5 milhões. E ficam me dizendo que “é para salvar vidas”.  Salvar vidas para matar de fome? Porque, sem produção, sobem os preços e falta renda, a própria estabilidade social está em risco. E, como o vírus é novo, não há  consenso algum sobre a necessidade de isolamento. Há muitas contestações, inclusive por estudo de Harvard. É certo que mais da metade da população pode ser infectada, mas, isto pode acontecer em duas semanas ou em dez meses. Que economia aguenta dois meses parada? Ora, a epidemia aqui começou em fins de fevereiro, talvez antes, como não se faz testes, a rigor, não se sabe qual é o pico. Não há dados para inferir, então, qualquer destes estudos pode estar certo, mas, não são prováveis. Por isto, raciocinando como economista, digo que estão abandonando as certezas da economia pelas incertezas da saúde. Fechar a economia, isolar todo mundo, é completamente irracional. Mas, é claro, que isto deve ser feito de acordo com cada estado ou  município. Há locais onde deve ser feito. Mas, em outros deve se fazer uma gradativa volta das atividades observando o comportamento do vírus. 

OS EFEITOS DO CORONAVÍRUS NA ECONOMIA 

O Conselho Regional de Economia do Estado de Rondônia-CORECON/RO anunciando que, no próximo dia 25 de abril (sábado), às 16:45 h, o presidente do Conselho Federal de Economia-COFECON, Antônio Corrêa de Lacerda, irá discutir o enfrentamento da crise do coronavírus e os seus impactos na economia, via videoconferência. Solicite o link para participar ou acesse: https://meet.google.com/wji-qyza-jaz

CEPAL PREVÊ A PIOR CRISE ECONÔMICA DA AL Po

A Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe) projeta que teremos a pior crise social para a América Latina em décadas. A estimativa inicial do órgão é de que  28,7 milhões de pessoas vão passar para a situação de pobreza na América Latina neste ano, com a taxa subindo de 30,3% para 34,7%, entre estes 16 milhões de latinos americanos e caribenhos serão empurrados para a pobreza absoluta, cuja taxa deve  aumentar de 11% para 13,5%. Também prevê que a economia da América Latina economia deve se contrair 5,3% em 2020, no pior desempenho registrado na história econômica do continente. Para o Brasil se calcula uma queda de 5,2% no Produto Interno Bruto-PIB. A taxa de desemprego no continente deve saltar de 8,1% (2019) para 11,5% (2020), com 37,7 milhões de desempregados, sendo  11,6 milhões a mais.

AUTOR: SILVIO PERSIVO –  COLUNA TEIA DIGITAL – JORNALISTA

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