Um grupo de aproximadamente 15 pessoas fez um protesto na manhã desta segunda-feira (26) em frente ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.
A manifestação foi organizada pela ProTeste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor) e chegou a bloquear parte da avenida Morumbi, na zona oeste de São Paulo.
Maria Inês Dolci, coordenadora institucional do ProTeste, defende que o racionamento de água na cidade seja decretado oficialmente pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmim (PSDB).
“Queremos transparência neste processo, que o racionamento seja decretado de forma oficial, porque só assim pode se cobrar a sobretaxa. Estão cobrando uma tarifa adicional, sem instituir oficialmente o racionamento”, declarou Maria Inês.
O governador de São Paulo já discute novo aumento na tarifa de água a partir de abril, quatro meses após o último reajuste. Outra hipótese estudada é o endurecimento da cobrança de sobretaxa para quem gastar mais água. Além disso, o governo paulista já considera utilizar a terceira cota do volume morto do Cantareira.
De acordo com a advogada da ProTeste, Tatiana Viola de Queiroz, a cobrança da multa pelo desperdício de água é ilegal. “A Associação entrou com ação na Justiça para que o racionamento fosse oficialmente decretado. A tarifa de contingência só pode ser cobrada após a decretação oficial do racionamento, a partir do momento que isso é publicado no Diário Oficial, aí sim, pode cobrar essa multa”, disse. “A situação é muito grave e esta falta de atitude do governo é o que tem mais irritado a população”, acrescentou.
Já o nível do reservatório Alto Tietê, que também sofre as consequências da seca, opera com 10,3% de sua capacidade após baixar 0,1 ponto percentual em relação ao dia anterior. O sistema abastece 4,5 milhões de pessoas na região leste da capital paulista e Grande São Paulo.
No dia 14 de dezembro, o Alto Tietê passou a contar com a adição do volume morto, que gerou um volume adicional de 39,5 milhões de metros cúbicos de água da represa Ponte Nova, em Salesópolis (a 97 km de São Paulo).
A represa de Guarapiranga, que fornece água para 5,2 milhões de pessoas nas zonas sul e sudeste da capital paulista, opera com 43,7% de sua capacidade após o nível subir 2,6 pontos percentuais em relação ao índice anterior. Com a chuva deste domingo (25), o sistema acumulou 33,6 mm de água. Até agora, o manancial acumula 188,4 mm –o corresponde a 82,16% da média histórica para o mês de janeiro (229,3 mm).
O nível do reservatório Alto de Cotia, que fornece água para 400 mil pessoas, caiu 0,1 ponto percentual e opera nesta segunda com 28,5% de sua capacidade. Já o sistema Rio Grande, que atende a 1,5 milhão de pessoas, opera com 74% de sua capacidade após subir 1 ponto percentual em relação ao índice anterior.
O reservatório de Rio Claro, que atende a 1,5 milhão de pessoas, opera com 27,4% de sua capacidade após subir 0,1 ponto percentual em relação ao dia anterior.
A medição da Sabesp é feita diariamente e compreende um período de 24 horas: das 7h às 7h.
Fonte: Folha de São Paulo
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