Segundo a Embrapa, a expectativa é que lavouras que usem a cenoura desenvolvida por ela sejam mais produtivas
Os produtores rurais brasileiros em breve terão a opção de comprar novo tipo de semente de cenoura para cultivo orgânico, já batizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) como Cenoura BRS Paranoá.
As hortaliças da nova cenoura são mais resistentes à queima de folhas – principal doença da cultura, causada por bactérias e fungos – e não exigem adição de defensivos químicos para evitar pragas. A nova cultivar também é mais tolerante a problemas causados por microrganismos do solo (nematoides das galhas) que afetam o crescimento da raiz.
A expectativa é que as lavouras da Cenoura BRS Paranoá sejam mais produtivas do que as plantações com as sementes hoje disponíveis no mercado.
“Tem potencial produtivo de pelo menos o dobro da cenoura híbrida”, disse Agnaldo Carvalho, pesquisador da área de melhoramento genético da Embrapa Hortaliças, no Distrito Federal.
A polinização da cultivar desenvolvida pela Embrapa é aberta, não precisa ser induzida como ocorrem com as sementes híbridas atualmente mais utilizadas.
Menor custo
O método tem custo menor e os produtores, quando capacitados, podem aproveitar as sementes colhidas para o próximo plantio, evitando o gasto com a aquisição de novas sementes.
Ainda neste semestre, a Embrapa deverá lançar edital de oferta pública da semente da BRS Paranoá para que empresas privadas possam fazer o licenciamento da tecnologia, já registrada, e multipliquem e comercializem as sementes.
A estatal de pesquisa agropecuária recomenda o plantio da semente da BRS Paranoá entre os meses de outubro e março, período de entressafra de cultivares tradicionais – quando há mais calor e chuvas (típico do verão) – e o preço da cenoura tende a ser melhor para os pequenos produtores orgânicos. A colheita deve ser feita 90 dias após a semeadura.
A produção de cenoura orgânica ainda é minoritária no Brasil, mas o número de pessoas que preferem comprar cenoura orgânica cresce 20% ao ano.
A cenoura fornece ao organismo minerais e carboidratos, e é rica em carotenoides (responsável por sua pigmentação) que, no corpo humano, são convertidos em vitamina A.
De acordo com nota da Embrapa, a cenoura BRS Paranoá tem a mesma cor, aspecto e tamanho das cenouras híbridas.
“As raízes da nova cultivar atendem também ao padrão comercial exigido pelo mercado consumidor: elas têm de 16 cm a 20 cm de comprimento e por volta de três centímetros de diâmetro”, descreve o texto.
O desenvolvimento da nova cenoura ocorreu durante a última década. Entre 2010 e 2016, a Embrapa fez testes em Minas Gerais, Bahia, Santa Catarina e no Distrito Federal.
A cenoura pode ser plantada em todo o país à exceção da Região Norte por causa do clima.
Os principais polos produtores estão São Gotardo (MG), Cristalina (GO), Mauá da Serra (PR), Barbacena (MG), Caxias (RS) e Irecê (BA).
A maior parte da produção é mecanizada. No total, o país destina 20 mil hectares para a plantação da hortaliça.
FONTE: AGENCIA BRASIL
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