No sábado, MEC admitiu que houve falha em parte das provas corrigidas e disse estimar que “menos de 9 mil candidatos” foram prejudicados
O número de pedidos para recorreção da nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) chegou a cerca de 60 mil na manhã desta segunda-feira (20). No sábado (18), quando o Ministério da Educação (MEC) admitiu que houve falha em parte das provas corrigidas, as autoridades da pasta disseram estimar que “menos de 9 mil candidatos” foram prejudicados. O ministro Abraham Weintraub chegou a dizer que era um “número muito baixo”.
A reportagem apurou que até as 8h desta segunda-feira (20), o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), órgão responsável pela prova, havia recebido cerca de 60 mil emails solicitando a reavaliação da nota. Os pedidos para a recorreção da nota podem ser ainda maiores, já que o prazo, estabelecido pelo instituto para questionar a correção, se encerrou às 10h desta segunda – o prazo foi determinado e comunicado aos participantes na noite de domingo (19).
O fato de um estudante ter pedido a recorreção não significa que haja, de fato, erro.
Segundo o governo, o problema na correção teria ocorrido por erro na identificação dos cartões de resposta dos candidatos e da respectiva cor das provas que fizeram. A falha teria ocorrido na gráfica, a empresa Valid: os arquivos com essas informações foram repassadas ao Inep com divergências.
Ou seja, o aluno fez a prova de uma cor, mas a nota foi corrigida como se fosse de outra.
Inicialmente, o Inep também havia dito que o problema teria ocorrido apenas na correção das provas do segundo dia, quando são feitas as avaliações de Ciências da Natureza e Matemática. No domingo, o instituto disse que analisava se a falha também teria ocorrido nas provas do primeiro dia, quando os candidatos respondem as questões de Ciências Humanas e Linguagens, além da redação.
O Ministério da Educação (MEC) anunciou que vai manter a data de abertura das inscrições para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) para esta terça-feira (21). A reportagem apurou que servidores do Inep alertaram os superiores sobre o risco de abrir o sistema sem ter a dimensão de quantos candidatos de fato podem ter sido prejudicados. É por esse sistema que os candidatos usam suas notas no Enem para tentar uma vaga em cursos e universidade federais de todo o país.
Os reitores e dirigentes das universidades e institutos federais estão apreensivos com a situação e devem se reunir para cobrar explicações do Ministério da Educação. Eles temem que o processo de seleção possa ser comprometido com a falha.
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