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PF investiga lavagem de dinheiro do tráfico em esquema de pirâmide financeira operado por empresa de bitcoins

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal investigam se dinheiro do tráfico de drogas abastece o esquema de pirâmide financeira chefiado pelo ex-garçom Glaidson Acácio dos Santos, de 38 anos. Ao longo da investigação, a Receita Federal identificou uma transferência de R$ 5 milhões feita por um corretor de imóveis que já esteve envolvido num esquema de lavagem de dinheiro de uma facção do tráfico para a GAS Consultoria Bitcoin, empresa de Glaidson que prometia rendimentos exorbitantes mediante investimento em criptomoedas.

De acordo com o relatório final da investigação, que culminou com a prisão de Glaidson, o corretor de imóveis declarou, em seu imposto de renda, que a transferência, feita em 2019 de uma só vez, correspondia a um “empréstimo para a empresa”.

Em 2013, o corretor atuou na venda de um apartamento, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, para o traficante Marcelo Santos das Dores, o Menor P, que à época chefiava o tráfico de drogas em boa parte do Complexo da Maré, na Zona Norte. Foi justamente no imóvel, uma cobertura de luxo, que o criminoso foi capturado pela PF em março de 2014. Os investigadores descobriram que o carro usado para transportar Menor P da favela até o apartamento foi um carro modelo Chevrolet Cruze emprestado pelo corretor ao secretário de Menor P, que negociou a compra do imóvel e fez os pagamentos.

Em depoimento prestado à época, o corretor alegou que o secretário do traficante havia dito que o comprador do imóvel era um “famoso jogador de futebol paulista”. E disse que o carro foi emprestado ao secretário, porque ele afirmou que iria “encontrar a amante”. Na época, o corretor chegou a ser denunciado pelo Ministério Público por lavagem de dinheiro, mas acabou absolvido pela Justiça.

O corretor responsável pelo aporte aparece, na investigação, ligado a Michael de Souza Magno, apontado como operador financeiro do esquema fraudulento de pirâmide chefiado por Glaidson. Michael também é corretor de imóveis e é conhecido, na internet, por negociar imóveis para celebridades. Segundo o relatório, os dois corretores tem “vinculações estreitas”.

O documento, assinado pelo procurador da república Douglas Santos Araújo e pelo delegado da PF Guilhermo de Paulo Machado Catramby, aponta para “a possibilidade, a ser melhor aprofundada após as quebras ora demandadas, do esquema sob investigação envolver a lavagem de capitais de outros crimes, inclusive o tráfico de drogas”.

De acordo com a investigação, o corretor responsável pelo aporte tem “vinculações estreitas” com Michael de Souza Magno, apontado como operador financeiro do esquema fraudulento de pirâmide. Michael também é corretor de imóveis e é conhecido, na internet, por negociar imóveis para celebridades.

Segundo investigadores, a empresa de Glaidson Acácio movimentou “cifras bilionárias” em cerca de 10 anos de funcionamento. A GAS estava no radar da Polícia Federal havia dois meses. No entanto, a empresa se disfarçava de consultoria em bitcoins para não levantar suspeitas. Glaidson prometia lucros de 10% ao mês nos investimentos da moeda virtual.

Na quarta-feira, após a deflagração da Operação Cryptos, policiais federais apreenderam 21 carros de luxo, 591 bitcoins – equivalente a R$ 147 milhões na cotação atual – e R$ 13,8 milhões em espécie na casa dos suspeitos. Glaidson Acácio dos Santos, apontado como chefe do esquema, segue preso.

FONTE: EXTRA

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Marcio Martins martins

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