Um tribunal de Ancara decidiu pelo bloqueio de páginas do Facebook que mostrem “conteúdo ofensivo ao profeta Maomé” ou, se isso não for possível, impedir o acesso a toda a rede social, informa nesta segunda-feira o jornal Cumhuriyet. A decisão, emitida ontem à noite, faz parte de uma investigação da promotoria turca.
Até o momento, a ordem parecia não ter sido acatada, dado que, segundo agências internacionais de notícias, ainda era possível acessar vários perfis turcos do Facebook que mostram a última capa do semanário satírico francês Charlie Hebdo, com a caricatura de Maomé. O governo turco condenou o massacre na redação parisiense do semanário em 7 de janeiro, mas ressaltou ser “igualmente contra” as charges que mostram o profeta do Islã.
O judiciário tomou medidas para impedir que as caricaturas de Maomé cheguem à Turquia e os juízes ordenaram bloquear vários jornais digitais que divulgavam a criticada capa ou mostravam fotos da revista nas bancas francesas. O primeiro-ministro, Ahmet Davutoglu, disse ontem, em discurso na cidade de Diyarbakir, no sudeste do país, que os muçulmanos iriam “levantar imediatamente a voz cada vez que ocorresse um ato indecoroso com relação ao profeta”.
Davotoglu se referiu assim ao protesto em massa que aconteceu na sexta-feira na cidade, convocado pelo movimento islamita ultradireitista Hizbullah (sem relação com o movimento radical libanês Hezbollah). Os manifestantes chegaram a chamar de ‘terroristas’ as pessoas que apoiam a Charlie Hebdo.
Fonte: Veja
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