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Sydney aciona militares para garantir respeito a lockdown

Em meio a um surto da variante delta do coronavírus na maior cidade da Austrália, cerca de 300 soldados devem ajudar a fiscalizar cumprimento de rígidas medidas de isolamento. Emprego do Exército é alvo de críticas.

A Austrália convocou o Exército para garantir que sejam cumpridas medidas anticoronavírus em Sydney. Cerca de 300 soldados ajudarão no patrulhamento das ruas da maior cidade do país, comunicou nesta sexta-feira (30/07) a polícia australiana.

Os soldados passarão por um treinamento específico no fim de semana antes de iniciar patrulhas na segunda-feira. Os militares ajudarão a polícia a ir de porta em porta para garantir que as pessoas que testaram positivo para covid-19 estejam respeitando as normas de isolamento, explicou Mick Fuller, comissário da polícia de Nova Gales do Sul, estado onde fica Sydney. Os militares não estarão armados e estarão sob o comando da polícia.

Devido a um surto da variante delta do coronavírus, que começou em junho na Austrália e já causou quase 3 mil infecções e resultou em 13 mortes, vigora em Sydney um lockdown rígido até pelo menos 28 de agosto. A medida impede que os cerca de 5 milhões de habitantes da cidade saiam de casa, exceto para exercícios físicos, compras, cuidados médicos ou outras questões essenciais.

Autoridades estabeleceram nesta semana para alguns subúrbios mais afetados restrições ainda mais severas, que incluem testes obrigatórios e uso de máscaras ao ar livre.

Apesar das medidas de isolamento, as infecções continuam a se espalhar em Sydney. A metrópole registrou 170 novos casos nesta sexta-feira, e um recorde de 239 no dia anterior. O ministro da Saúde do estado de Nova Gales do Sul, Brad Hazzard, reclamou que as pessoas estavam esperando tempo demais para fazerem o teste depois de apresentarem sintomas.

Patrulha policial fiscaliza litoral da cidade de SydneyPatrulhas policiais fiscalizam a área de Bondi Beach

Insatisfação nos subúrbios

O mais recente aumento de casos em Sydney remonta a um motorista de aeroporto sem máscara e não vacinado, que foi infectado no mês passado. O surto se alastrou desde o distrito à beira-mar de Bondi até os subúrbios mais pobres no oeste, onde líderes comunitários afirmaram que os moradores se sentiam injustamente visados pelas novas medidas.

“Eles não têm outra ideia a não ser trazer os militares como último recurso, porque estão perdidos para as respostas aos problemas que criaram”, disse Steve Christou, prefeito de Cumberland, um condado onde cerca de 60% de seus 240 mil residentes são estrangeiros. “Eles são uma comunidade pobre, vulnerável e não merecem essas restrições ou essas medidas extensas e duras”, prosseguiu.

As pessoas nos subúrbios do oeste de Sydney foram orientadas a ficar dentro de um raio de 5 quilômetros de casa e precisam fazer um teste de covid-19 a cada três dias para serem autorizadas a exercer trabalhos essenciais fora da área. A polícia também recebeu poderes para fechar empresas e lojas que violassem as regras.

Baixa taxa de vacinação

A Austrália lidou com a crise do coronavírus muito melhor do que muitos dos outros países desenvolvidos. O país registrou pouco mais de 34 mil casos de infecção e menos de mil mortes. Mas isso foi alcançado em grande parte graças ao fechamento quase total de sua fronteira desde o início da pandemia.

No entanto, a taxa de vacinação da Austrália é uma das mais baixas entre as nações industrializadas. A campanha de vacinação começou devagar devido a uma escassez de doses – apenas 18% da população adulta está completamente imunizada – e a variante delta, mais contagiosa, gerou novos surtos, abalou a confiança pública e gerou indignação.

Com o aumento das críticas, o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, elaborou uma plano de desconfinamento de quatro estágios. A Austrália está agora na fase A, com grandes partes do país entrando e saindo de lockdowns para conter o vírus, explicou Morrison.

A fase B será alcançada quando 70% dos adultos estiverem vacinados, o que, segundo Morrison, significaria maiores liberdades e direitos especiais aos imunizados. O primeiro-ministro não especificou um prazo, mas afirmou que a fase B poderia ser alcançada antes do Natal.

Morrison disse que a fronteira será reaberta gradativamente na fase C, quando 80% dos adultos estiverem vacinados. “Estamos vacinando a nação e isso permite que ela avance para os tipos de liberdade que buscamos”, disse.

FONTE: DEUTCHE WELLE

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Marcio Martins martins

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