Mundo

Opositores ao governo Arce na Bolívia fecham fronteira com o Brasil

Lei que permitiria investigar cidadãos sem ordem judicial motivou protestos nas principais cidades do país

Manifestantes bloqueiam desde o início desta semana algumas ruas das principais cidades da Bolívia, em protesto contra o atual presidente, Luis Arce. Segundo portais de notíciais de Mato Grosso do Sul, a fronteira do país com o Brasil, no município de Corumbá, também foi fechada por opositores ao governo e apenas pessoas a pé estão autorizdas a passar pelo local.

A um mês de completar seu primeiro ano de mandato, o presidente esquerdista enfrenta os primeiros protestos contra o governo, impulsionados por opositores que o acusam de promover julgamentos políticos e de tentar aprovar uma lei muito severa sobre investigação de fortunas.

As principais manifestações foram registradas nas cidades de La Paz, Cochabamba (centro), Santa Cruz (leste) e Tarija (sul). La Paz teve uma grande passeata de sindicatos de comerciantes do varejo, que, embora não façam parte do bloco de oposição, rejeitam categoricamente a “lei contra a legitimação de lucros ilícitos e financiamento do terrorismo”, em discussão no Parlamento.

No centro da capital, sede dos poderes Executivo e Legislativo, a polícia usou gás lacrimogêneo para dispersar o fechamento de avenidas, e também houve ameaças de confrontos de rua com grupos pró-governo.

O chefe da polícia, Jhonny Aguilera, reconheceu que nas regiões de Cochabamba e Santa Cruz houve “bloqueios esporádicos”, que eram monitorados, enquanto o ministro do Interior afirmou que no restante dos sete departamentos não há problemas.

O projeto de lei criticado permitiria ao governo investigar o patrimônio de qualquer cidadão sem ordem judicial e obrigaria advogados a revelar informações de seus clientes e jornalistas de suas  fontes, entre outros aspectos.

O advogado constitucionalista William Bascopé destacou que, segundo o texto proposto, os bens de todos os cidadãos ficam sob suspeita, em contradição com a “presunção de inocência”, que deveria prevalecer.

Os manifestantes também denunciam uma “perseguição política”, devido aos julgamentos criminais da ex-presidente de direita Jeanine Áñez (2019-2020); dos prefeitos de La Paz, Iván Arias, e de Cochabamba, Manfred Reyes Villa; do governador de Santa Cruz, Luis Fernando Camacho; e dos ex-presidentes Carlos Mesa (2003-2005) e Jorge Quiroga (2001-2002).

Os opositores afirmam que o governismo os acusa de terem organizado um suposto golpe de Estado contra o ex-presidente Evo Morales, aliado de Arce, em novembro de 2019, que o levou a renunciar após uma convulsão social, que deixou 37 mortos. O governismo prepara passeatas de apoio ao presidente ainda nesta semana.

FONTE: R7.COM COM AFP

Comentar

Print Friendly, PDF & Email

About the author

Gomes

Add Comment

Click here to post a comment

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

COMPARTILHE

BAIXE NOSSO APLICATIVO

RESENHA POLITICA

TEIA DIGITAL

TEMPO REAL

PUBLICIDADE

Instagram

Instagram has returned empty data. Please authorize your Instagram account in the plugin settings .
WP2Social Auto Publish Powered By : XYZScripts.com