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Mourão atribui fundo de US$ 12 bi no auxílio à redução de gás metano

O Brasil se comprometeu a diminuir em 30% a emissão do poluente até 2030 e, para isso, precisará reformular modelo pecuário

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou, nesta quarta-feira (3), que o Brasil está comprometido com a meta de reduzir 30% da emissão de gás metano até 2030, acordo assinado com mais 100 países durante a Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (COP-26). Para isso, Mourão destaca a possibilidade do uso de um fundo financeiro criado para apoiar as medidas de redução. 

“Tem recursos na ordem de US$ 12 bilhões para auxiliar os países nesse processo”, citou o vice-presidente, em conversa com jornalistas. O montante deve ser arrecadado com dinheiro público de 12 países, entre 2021 e 2025. Além do fundo, US$ 7,2 bilhões de investimentos privados feitos por mais de 30 empresas e entidades financeiras devem somar ao montante para apoiar medidas ambientais e reconstrutivas.

O Brasil é o maior produtor de carne bovina do mundo, uma das principais atividades causadoras da emissão do gás metano. Por esse motivo, o comprometimento do governo brasileiro na causa é visto como um grande desafio e foi motivo de pressão por parte do governo norte-americano. 

“O Brasil está empenhado. É uma questão de Estado e qualquer governo vai ter que encarar essa situação de frente”, disse Mourão. Ele admitiu a necessidade de uma readaptação no modelo pecuário. “Já existem empresas que fazem mitigação para os dejetos do gado. Nos quartéis, quando o Exército era quase todo a cavalo, fazíamos isso. Então existe know how, é só todo mundo se adaptar, uma questão de mitigação.”

Questionado se o Brasil conseguiria realizar a transição e cumprir a meta em menos de uma década, Mourão afirmou que o período será de adaptação. Ele destacou ainda a importância do compromisso de impedir que a temperatura na Terra suba além de 1,5 °C, prejudicando países que têm oceano, agricultura e a própria vida da população mundial.

O Brasil está entre os cinco países do mundo com maior emissão de gás metano, cujo potencial de dano à atmosfera, causando efeito estufa, é aproximadamente 80 vezes maior que o dióxido de carbono (CO2). As informações fazem parte da avaliação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e da Climate and Clean Air Coalition, que concluiu que cortar as emissões de metano é necessário para combater as alterações climáticas. 

Dos cinco países que mais contribuem para a emissão do metano, apenas o Brasil e a Argentina assinaram o acordo. Ficaram de fora China, Índia e Rússia. No discurso feito na COP-26, em Glasgow, na Escócia, o presidente dos EUA, Joe Biden, pediu que “mais países se juntem ao acordo”. “Nós precisamos agir para reduzir nossas emissões de metano o mais rápido possível. Juntos, estamos nos comprometendo em reduzir nossas emissões em 30% até 2030”, discursou. 

Em uma nota publicada pelo Itamaraty, os líderes do G20 frisam o compromisso. “Reconhecemos, de acordo com as circunstâncias nacionais, que sua redução [gás metano] pode ser uma das formas mais rápidas, viáveis ​​e econômicas de limitar as mudanças climáticas e seus impactos”. Em outro informativo, o governo destaca a adesão brasileira e a contribuição do país como “parte da solução dos desafios da mudança do clima”. 

G20 

Durante a conversa com jornalistas, Mourão também falou sobre a atuação do presidente Jair Bolsonaro no encontro de líderes do G20. “O presidente participou e fez um discurso que eu considerei muito bom ali, colocando de forma muito clara nossos objetivos.”

Questionado sobre a avaliação que fazia pelo deslocamento do mandatário brasileiro, por não ter realizado reuniões exclusivas com outros líderes ou ter participado de passeios com as autoridades, Mourão disse que não via a situação “dessa forma”. “A reunião do G20 é densa. Óbvio que existem as discussões técnicas antes. Mas, quando se reúnem, os representantes das 20 potências do mundo já vêm com uma agenda preparada. […]. Então, reuniões bilaterais, naquele momento, não foram previstas [na agenda de Bolsonaro].”

FONTE: R7.COM

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