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Itamaraty resgatou 3.577 brasileiros em 15 voos fretados que custaram R$ 32,5 milhões

De acordo com estimativa do governo, 4.600 cidadãos com passagens áereas canceladas ou sem recursos financeiros estão à espera por repatriação

Desde o início da série de bloqueios de fronteiras adotados por vários países para conter a propagação do coronavírus, o Itamaraty já repatriou 3.577 brasileiros em 15 voos fretados que, somados, custaram US$ 5,8 milhões – aproximadamente R$ 32,5 milhões na cotação atual. O levantamento foi feito até o último dia 21 e inclui somente voos pagos exclusivamente pelo Ministério de Relações Exteriores (MRE).

Com 368 passageiros a bordo de dois aviões, a repatriação mais cara resgatou brasileiros que estavam na Indonésia, Vietnã e Tailândia, no sudoeste asiático, no último dia 21. Saiu por US$ 1,1 milhão. Na mesma data, embarcaram 291 brasileiros retidos na Austrália. O voo da Latam, que partiu de Sidney, custou US$ 684,5 mil.

No último dia 17 de abril, um voo da Latam fretado de Londres com escala em Paris buscou 322 pessoas que se encontravam em seis países europeus: Irlanda, Suíça, Bélgica e Luxemburgo, além de Reino Unido e França. Com a operação, o Itamaraty gastou US$ 475 mil.

Desde o dia 16 de abril, começaram a sair de Portugal seis voos da TAP fretados por US$ 1,475 mi ao todo. Até o dia 21, quatro voos foram realizados e trouxeram 1.184 brasileiros. Uma missão com 328 passageiros a bordo, no dia 14, partiu de Nova Déli, na Índia, e resgatou também brasileiros que estavam no Nepal ao custo de US$ 889 mil. A Ethiopian Airlines foi a companhia aérea contratada.

CARIBE E AMÉRICA CENTRAL

Dois voos fretados resgataram 230 brasileiros na América Central e no Caribe no último dia 10 de abril. Em um deles, embarcaram cidadãos retidos na Guatemala, El Salvador, Nicarágua e Costa Rica. No outro, vieram passageiros que estavam na República Dominicana, Panamá, Curaçao e Colômbia. Somados, os voos realizados pela AeroRepublica custaram cerca de US$ 137 mil.

O Itamaraty também liderou duas ações na África nos dias 6 e 8 de abril, respectivamente. A primeira repatriou 237 brasileiros retidos na África do Sul, além de quatro chilenos que aproveitaram para retornar ao seu país. O voo operado pela Latam partiu de Joanesburgo com destino a Guarulhos e saiu por US$ 352 mil. A segunda missão embarcou 127 passageiros no Egito em voo da Ethiopian Airlines ao preço de US$ 264 mil.

EQUADOR, PERU E COLÔMBIA

Entre 30 de março e 3 de abril, foram três resgates na América do Sul. Um voo da Gol saiu do Equador com 149 brasileiros por cerca de US$ 141 mil. Na sequência, ocorreram dois voos da Latam. Um trouxe 168 brasileiros retidos no Peru e o outro 173 passageiros na Colômbia. Com eles, o MRE gastou aproximadamente US$ 120 mil e US$ 176 mil.

Além dos voos mencionados, o Itamaraty atuou em mais duas repatriações, no período, por voos fretados sem custos ao ministério. Ambas foram feitas por aviões da Força Aérea Brasileira (FAB), a quem coube as despesas. No dia 25 de março, 59 brasileiros retornaram do Peru, juntos com outros sete estrangeiros a bordo. Já no último dia 17, 10 cidadãos aproveitaram para voltar da Venezuela em voo para repatriar servidores que estavam em missão para o fechamento das representações brasileiras no país. Essas ações não constam no levantamento.

Questionada, a FAB disse que não informa os valores de seus voos, cujo grau de sigilo é classificado como “reservado” pela legislação. Isso porque eles são considerados estratégicos por envolverem aviões militares.

A ESPERA POR UM NOVO VOO

De acordo com estimativa do dia 17 feita pelo Itamaraty, ainda havia 4.600 brasileiros cujas passagens áereas foram canceladas ou que estão desvalidos (sem recursos financeiros) aguardando a repatriação.

Ao menos mais 700 brasileiros retornaram ao Brasil em voos fretados desde o último dia 21, data até a qual foi feita o levantamento. Entre as ações, um voo que partiu de Maputo, capital de Moçambique, com escala am Luanda, na Angola, resgatou 216 brasileiros retidos nesses dois países. Um casal brasileiro e outro cidadão que estavam na Namíbia também embarcaram.

Outra operação que saiu de Madri no último fim de semana trouxe 338 passageiros. Há ainda registros de 159 brasileiros repatriados de México e Panamá e mais 77 do Equador.

RESGATE EM WUHAN

O valor de R$ 35,5 milhões gastos em voos fretados até o dia 21 se refere apenas às ações capitaneadas pelo Itamaraty, por meio do Grupo Especial de Crise, criado para auxiliar brasileiros impedidos de voltar ao país. A conta não inclui, por exemplo, a missão realizada em Wuhan, epicentro do surto na China, que resgatou 34 pessoas em fevereiro.

O transporte ocorreu em duas aeronaves da Força Áerea Brasileira (FAB). Segundo informou o Ministério da Defesa na ocasião, o orçamento disponível para a operação era de R$ 11,2 milhões e incluiu custos além das atividades aéreas.

A conta também não abarca, por exemplo dois voos que saíram de Lima, capital peruana, no dia 20 de março, com cerca de 500 pessoas a bordo. Os gastos não ficaram a cargo do MRE, segundo o Itamaraty.

De acordo com o órgão, o “apoio pode se dar tanto pelo fretamento de voos como por negociações com as companhias aéreas e com as autoridades estrangeiras para garantir a manutenção de rotas, o endosso de passagens e superar outros problemas decorrentes de cancelamentos de voos”.

 

FONTE: ÉPOCA

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