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Doação da JBS Friboi à campanha de Confucio pode ter sido propina

Grupo doou R$ 2 milhões para campanha em 2010, mas cunhado do governador disse que já sabia como “esquentar recursos” que foram legalmente registrados

Uma lei de 2005, na gestão Ivo Cassol, beneficiou a empresa JBS Friboi, um dos maiores grupos frigoríficos  do Brasil, concedendo benefícios fiscais que foram mantidos pelo atual governador Confúcio Moura. A JBS, em 2006, doou para a campanha de Ivo Cassol, então candidato a reeleição, R$ 750 mil, ao comitê eleitoral de seu partido, na época o PPS. Em 2010 o grupo doou para a campanha de Confúcio Moura, R$ 2 milhões e essa doação está sendo investigada pela Polícia Federal, já que o cunhado do governador Confúcio Moura, Francisco de Assis, teria dito durante um jantar em São Paulo ter conseguido “um jeito de esquentar os recursos”. Com as investigações da Operação Lava-Jato, que apura supostos pagamentos de propina através de “doações partidárias”, começa a fazer sentido os gordos benefícios que a JBS Friboi tem em Rondônia. Não existiria motivo para “esquentar” o dinheiro caso fosse uma operação legalizada, afinal, a doação está registrada. Em 2010, Confúcio declarou ter gasto R$ 9.130.286,80 na campanha e R$ 1.520.000,00 foram arrecadados através de receitas de comitê. Na campanha de Confúcio, o dinheiro da JBS foi repassado para o candidato e não para o comitê.

 

Trecho do depoimento de José Batista, delator dos esquemas de corrupção do governo Confúcio

Agora, a Assembleia Legislativa vem tentando reverter os benefícios fiscais concedidos ao grupo JBS Friboi em Rondônia. “Quando Rondônia enfrenta uma crise econômica não pode abrir mão de recolher esse recurso em tributos, para um grupo que monopoliza, praticamente, o abate e a venda de bovinos”, declarou nesta quarta-feira o deputado estadual Maurão de Carvalho, presidente da Assembleia. Para ter acesso à isenção tributária a empresa deveria cumprir alguns pré-requisitos, como o recolhimento de 1,5% do valor da operação para o Fundo de Infraestrutura de Transportes e Habitação (Fitha), o que não estaria sendo feito.

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Para Maurão, é preciso rever a lei para adequá-la ao momento econômico atual. “O preço da arroba do boi está bom, mas quem fica com a maior parte dos lucros é o frigorífico, especialmente o JBS, que age impondo regras prejudiciais aos produtores. Isso precisa ser revisto”, informou.

O deputado informou que vai cobrar da Secretaria de Estado de Finanças (Sefin) que seja revista a lei que assegura benefício tributário.

 

Fonte: Painel Politico/ Alan Alex

 

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