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Atentado contra Bolsonaro completa 2 anos com um inquérito pendente

A ação impede apurações sobre quem contratou os advogados de Adélio Bispo, autor do crime. O caso está nas mãos do TRF-1.

Está nas mãos do TRF-1 uma ação que impede apurações sobre quem contratatou os advogados de Adélio Bispo, autor do crime contra o então candidato à presidência da República, em Juiz de Fora (MG). Para o MPF, esse terceiro inquérito pode confirmar que não houve mandante. Já a OAB e a defesa de Adélio entendem que essa apuração viola o exercício profissional.

Há dois anos, a campanha eleitoral para a Presidência da República foi marcada por um atentado que quase matou um candidato e, certamente, mudou os rumos do pleito. Durante uma caminhada, em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, Jair Bolsonaro foi atingido por uma facada na barriga, no momento em que era carregado por apoiadores. O autor, Adélio Bispo de Oliveira, foi preso em flagrante.

Dois anos após o crime, a Polícia Federal já concluiu dois inquéritos sobre o caso, que confirmaram a autoria da parte de Adélio Bispo. Também ficou comprovado que ele agiu sozinho. Ao julgar o caso, o juiz federal Bruno Savino concluiu que o agressor sofre de Transtorno Delirante Permanente e, por isso, é inimputável. Como punição, Adélio está recolhido em um manicômio judiciário. Apesar disso, o caso ainda não foi totalmente concluído, já que uma terceira investigação da PF permanece pendente.

Segundo a Polícia Federal, esse inquérito foi iniciado em 2018 e tenta identificar quem foi o contratante dos advogados de Adélio Bispo. Porém, a OAB conseguiu uma liminar, no Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que impediu a continuidade das investigações. A Ordem alegou que as apurações violavam prerrogativas do exercício profissional. O julgamento dessa ação ainda está pendente.

O Procurador da República Marcelo Borges Mattos Medina afirma que essa investigação é essencial, para se encerrar, de vez, a dúvida sobre a existência ou não de mandantes.

“É uma investigação extremamente sensível porque a conclusão definitiva de que não houve um terceiro envolvido é também muito importante para a pacificação social, nesse ambiente conflagrado que nós temos em torno de partidários do presidente, vítima do crime, e a oposição”, sustenta. “A pacificação social que se obtém com a certeza da inexistência de um terceiro é, portanto, o que se busca, em última análise, com o esgotamento de todas as linhas de investigação.”

Na contramão da PF, Procuradoria e Justiça Federal, o presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores mantêm a posição de que houve um mandante para o crime. Por diversas vezes, Bolsonaro deu declarações criticando as investigações sobre o caso. Recentemente, ao comentar a demissão do ex-Ministro da Justiça, Sérgio Moro, Bolsonaro voltou a levantar dúvidas sobre as apurações.

“Será que é interferir na Polícia Federal, quase que exigir e implorar a Sério Moro que apure quem mandou matar Jair Bolsonaro? A PF de Sérgio Moro mais se preocupou com Marielle do que com seu chefe supremo. E entendo, me desculpe senhor ex-ministro, entre o meu caso e o da Marielle, o meu está muito menos difícil de solucionar”, declarou.

Já a defesa de Adélio Bispo mantém a posição de que não existe fato novo em relação ao caso. O advogado Zanone Júnior afirma que tem o direito de manter em sigilo quem o contratou para defender o agressor.

“A pessoa que me contratou me pareceu ser um evangélico que queria ajudar Adélio. A pessoa, depois de toda a notoriedade do caso, não mais retornou. E, levando em consideração a cláusula de confidencialidade que existe entre advogado e cliente, eu continuo a asseverar que eu manterei anonimato. Não há nenhuma organização a arquitetar esse plano homicida.”

Adélio Bispo continua detido no presídio federal de Campo Grande, após determinação do Superior Tribunal de Justiça, por ausência de uma unidade com estrutura específica em Minas Gerais. A defesa também pediu para que ele não fosse transferido ao estado de origem, devido às ameaças de morte que continua recebendo dois anos após o atentado.

FONTE: CBN

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