Em Linhas Gerais

Rondônia não consegue se livrar de seus criminosos de estimação – por Gessi Taborda

COLAPSO

Representantes do Tesouro Nacional e de 21 dos 33 tribunais de contas vão se reunir em Brasília nos dias 6 e 7 de fevereiro para iniciar as discussões sobre como harmonizar os procedimentos de fiscalização e os critérios de contabilidade dos Estados e municípios. Foram formados oito grupos técnicos para debater os temas, e um deles é justamente sobre a harmonização de conceitos fiscais.

Tudo isso pelo fato de que hoje os tribunais de contas se valem de interpretações da LRF para permitir que governadores descontem do limite os gastos com inativos, terceirizados e pagamento de Imposto de Renda, criando espaço para novas contratações e aumentos salariais. São verdadeiras maquiagens na contabilidade pública. De acordo com fontes confiáveis, Rondônia é um desses estados que estão na rota de colapso!

PLACA

O último ato dos deputados da presente legislatura rondoniense teve o objetivo de inaugurar o palácio do poder legislativo estadual, com suas torres faraônicas e luxuosíssimas, certamente para que parlamentares derrotados pelo voto popular na eleição passada se encantassem com a placa da inauguração com o nome de cada um. Imagino que o ato serviu para atender o ego de políticos como Maurão de Carvalho que perdeu a eleição, mas saiu da vida pública como o responsável pela concretização da obra faraônica, tendo seu nome insculpido com relevo na placa da nova sede, sobre as quais ainda param muitas suspeitas no desperdício do dinheiro público. Espera-se que todas sejam investigadas com seriedade, principalmente em relação ao custo das obras, ao superfaturamento na transação imobiliária e outras dúvidas de direcionamento de contratos.

DINASTIA

As especulações de que o deputado (reeleito) Jean Oliveira está entre os nomes mais cotados para a presidência da Assembleia Legislativa de Rondônia acaba como um exemplo escatológico da política do estado. Jean entrou na política para substituir o pai, afastado das disputas eleitorais por seu envolvimento com a corrupção. E o moço teve uma carreira meteórica desde que venceu a primeira eleição, para vereador. O envolvimento de seu pai acusado e condenado por liderar um escândalo de desvios de dinheiro público na Assembléia funcionou como uma forte alavanca para seu crescimento eleitoral.

Mesmo foragido da Justiça, o pai do deputado continua tendo forte influência no meio político. É como se constata um criminoso de estimação de importantes nichos de poder.

TRATAMENTO

Se não tivesse um tratamento especial certamente a sorte de Carlão de Oliveira não seria diferente de seus antigos companheiros de parlamento colocados no xilindró. Eticamente seria um golpe muito sério contra quem luta pela melhoria da qualidade da política rondoniense a eleição de Jean como novo comandante da mesa da Assembleia. Isso é possível. Aqui é assim: qualquer partido político ou organização da sociedade civil e até agentes da justiça e do combate ao crime do colarinho branco em Rondônia demonstram interesse em executar penas contra os bandidos de alto coturno. Certamente se Jean for escolhido para ocupar o cargo onde seu pai se destacou como chefe desse crime organizado, novos tratamentos “vip” serão oferecidos ao foragido Carlão de Oliveira.

COISAS DAQUI

São coisas que, parecem, só acontecem aqui. Veja o caso da falência do transporte público que desandou de vez com essa josta batizada de “SIM”. A capital rondoniense é vítima de um crime pensado e construído por um político conhecido sobre o qual, até o momento, não recaiu nenhuma punição.

O que temos aqui com esse sistema de transporte é um crime elevado ao nível “cult” , chique, de “gente rica” roubando a população pobre deste município.

O SIM foi um crime vil, repugnante, baixo, execrável e mesmo assim seu criador não foi punido nem no âmbito da Justiça e nem na sentença das urnas. Pelo contrário, ganhou um prêmio do eleitor corrompido pela ideologização que idiotiza quem escolhe seus representantes no parlamento.

INVESTIMENTOS

A Justiça do Trabalho sempre foi um impeditivo para os investimentos. Ela faz o papel de legislador, promulga as leis, decide, e ainda decide de maneira diferente em cada estado, em cada cidade. O principal gargalo que aflige o setor é o excesso de exigências da Justiça do Trabalho, que causa insegurança nas empresas Na verdade enquanto os atores externos da especializada não se conscientizarem de que é preciso romper a barreira de resistência dos juízes trabalhistas no tocante a não judicialização, nada será alcançado.

MOTORISTA

Às vezes fico pensando como o povo de um país pode ser enganado facilmente. O Brasil paga até hoje o resultado catastrófico de eleger um presidente sem preparo intelectual nenhum, um sindicalista demagogo. E agora a Venezuela está ai, purgando, por ter colocar no seu comando um motorista de ônibus. É isso que mantém o tal Maduro como um simples ditador caricato.

Acredito que Nicolás chegou ao fim. Não terá como enfrentar a coragem do autoproclamado presidente. Guaidó vem de uma família de pouco dinheiro. “Sei o que é passar fome”, afirma. Hoje, aos 35 anos, é formado em engenharia e tem mestrado em administração pública. É casado e tem uma filha de pouco mais de um ano. O jovem foi eleito deputado suplente em 2010 e legislador titular em 2015 pelo estado de Vargas, depois de participar de uma greve de fome para exigir que se fixasse a data das eleições parlamentares.

MOTIVOS

Informações podem ligar Jean Wyllys ao caso do atentado a Bolsonaro. O assunto ganhou as redes sociais nas últimas horas. A jornalista Joice Hasselmann gravou um vídeo no canal “Política Play”, com o título “BOMBA! Jornalista descobre o real motivo da renúncia de Jean Wyllys ao mandato” onde expõe informações que, uma a uma, sugerem que o deputado pode ter envolvimento com o atentado ao então candidato a presidente Jair Bolsonaro. Segundo a jornalista, no dia do crime foi registrada a presença de Adélio Bispo na Câmara dos Deputados. Era uma forma de garantir a ele um álibi. Este suposto envolvimento seria a real causa da renúncia de Wyllys ao mandato. Inclusive a sua saída do país seria um primeiro passo para o pedido de asilo político.

MENTIRA

Andei lendo numa coluna de um desses sites de Rondônia referências a deputados não reeleitos de que alguns deles vão fazer falta à política do estado. Não acredito nisso. Boa parte desses que foram apeados da vida pública pelo eleitorado passaram grande parte do tempo apresentando iniciativas que só serviram para desmoralizar ainda mais a classe política e o parlamento, principalmente com as proposituras de distribuição de medalhas e outros tipos de láureas sem nenhum critério. Pior foram aqueles que legislaram em causas próprias ou paroquiais. Mesmo alguns que tentavam se apresentar como paladinos da dignidade não passaram de meros blefes. Que o diabo os carregue!

RESGATE

Sou cético, mas nem por isso perdi todas as esperanças. Não faço prognósticos sobre quem vai vencer a disputa pela presidência da Assembleia Legislativa. Não tenho uma preferência pessoal, mas reconheço que entre os deputados antigos Lebrão talvez seja o mais aconselhável para resgatar a imagem do legislativo rondoniense. É preciso que o novo presidente ponha ponto final em aventuras que custam o olho da cara para o contribuinte, como é o caso do gasto vergonhoso e injustificável de milhões de reais em publicidade. Ora, 14 milhões é um acinte que precisa ser investigado pelos MPs da vida. Ouvi de um dos novos deputados sua preocupação com esse resgate de imagem: – Para que a gente entre em um shopping, em uma barbearia, e quando as pessoas souberem que se trata de um senador, não virem a cara, e que até peçam para fazer uma selfie.

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