Em Linhas Gerais

O prefeito Jesualdo Pires é um nome apagado, mas mesmo assim quer disputar o senado – por Gessi Taborda

FILOSOFANDO

“O (P)MDB nacional é uma desgraça, um horror. Nacionalmente, a cúpula do meu partido corre o risco de fazer a próxima reunião na cadeia, está todo mundo indiciado.” REQUIÃO FILHO, político do Paraná, filho de Roberto Requião, ex-governador daquele estado.

FORTALECIMENTO

O cenário desse ano eleitoral, especialmente em Rondônia, ainda é de crise. Políticos profissionais das grandes legendas estão cada vez mais mal avaliados e ainda ameaçados por denúncias, inquéritos e processos em tramitação, originados nas investigações da Lava Jato. Por tudo isso, mesmo com candidaturas praticamente lançados, podem sofrer enormes perdas se forem confrontados por nomes novos, os tais “outsiders”.

Alguns desses nomes vêm conseguindo se fortalecer por assumir posições claras de combate aos maus políticos, não apenas com discursos ou palavras, mas com ações concretas.

CAETANO

O advogado Caetano Neto é um desses personagens que poderá debutar com certo sucesso na disputa eleitoral. O lançamento de seu nome para concorrer a uma das duas cadeiras em disputa ao senado vai se consolidando aos poucos. Ele, pelo que consta, ainda não tem sequer uma filiação partidária definida, mas isso é o de menos.

O que vem alavancando seu nome são as ações de defesa dos interesses coletivos, como acontece agora quando lidera na região do cone sul rondoniense (mais precisamente em Vilhena) a batalha judicial para acabar com a farra da prefeita daquela cidade, Rosani Donadon, na nomeação de parentes para cargos municipais, “ao ponto de transformar Vilhena – disse Caetano Neto – na campeã brasileira do nepotismo”.

ASSEDIADO

Pelo que se ouve, Caetano Neto está sendo assediado por várias siglas para entrar na disputa. O relógio eleitoral está correndo e ele sabe que não deve deixar para a última hora a decisão. Até para evitar mais dificuldade estrutural. A eleição para o senado em Rondônia esse ano será uma das mais disputadas. Fala-se abertamente que o maior cacique do (P)MDB, Valdir Raupp, vai tentar renovar o mandato. No seu partido é tido como favas contadas o nome do (ainda) governador disputando uma das cadeiras senatoriais. O que teremos então, para o senado, será uma eleição muito fragmentada, o que abre espaço para alguém como o advogado Caetano Neto. Ele é um nome de fora do establishment político.

CÉTICOS

Muitos analistas da política rondoniense, consultados pela coluna, são da opinião que não faltará legenda para o empresário Chagas Neto disputar novamente uma cadeira na Câmara dos Deputados. Mesmo assim, a maioria mostrou bastante ceticismo sobre “uma vitória” do empresário que já foi deputado federal, secretário de estado e hoje vive o ocaso da política. Chagas, disseram “é aquele sujeito agradável que não polariza com ninguém e nem tem carisma”. Para alguns, ele já começa errado “ao ter como guru dessa corrida o filho de Ayres do Amaral”, um sujeito sem grande currículo de coordenador político. Faz sentido, quando se sabe que a tendência do eleitor é optar por caras novas na disputa desse ano.

EVIDÊNCIA

Desde que entrou na política o prefeito de Ji-Paraná, Jesualdo Pires, não escondeu o desejo de galgar posições mais altas, a ponto de ter sonhado até com o governo do estado de Rondônia. Mas o engenheiro Jesualdo (do PSB) preferiu ganhar evidência apenas nos limites de seu município, onde cumpre agora o segundo mandato de prefeito. O destaque que conseguiu como gestor municipal não causou reflexo nas regiões mais distantes do estado.

AFEIÇÃO EXTREMADA

Ele continua sendo um nome apagado (popularmente falando) fora dos domínios próximos de Ji-Paraná.

E mesmo, pelo que se sabe, Jesualdo deve deixar a prefeitura para disputar o Senado. Mas como o próprio afirma, não será um candidato agindo de forma independente. Pretende seguir a orientação de Acir Gurgacz e apoiar, também, Confúcio Moura… Ora, um político que sonha em ser Senador não deveria entrar numa cruzada como é o pleito movido por laços afetivos, como parece ser a relação entre os Gurgacz e Confúco.

ASTROS DO PASSADO

Vários nomes que desfilaram no passado na passarela da política rondoniense estão botando as manguinhas de fora, na esperança de voltar à ribalta. Alguns entram nessa aventura por acreditarem que ainda são as superestrelas dos roteiros antigos, dos tempos em que por aqui estavam personagens como Jerônimo Santana, etc, etc.

SONHOS DESCONEXOS

Não aceitam a realidade de que são personagens decadentes. Não aceitam os novos tempos. São incapazes de perceber que foram aposentados da vida pública. Gente como um José Guedes, o ex-prefeito de Porto Velho de quem a grande maioria dos moradores dessa capital nem se lembra. Agora mesmo circula com insistência que Moreira Mendes quer voltar à disputa do Senado. Logo ele que foi condenado, que ficou inelegível… Se ilude, pois ninguém está pedindo a sua volta. Esses personagens que só existem nas imagens do passado estão sonhando de forma desconexa.

MAJORITÁRIAS

Um exemplo de como a falta de dinheiro está inibindo candidaturas majoritárias é o PSB. Empolgado com Joaquim Barbosa, o partido chegou a reservar R$ 30 milhões dos R$ 113 milhões da sua cota no Fundo Eleitoral para a disputa presidencial. Agora, a ideia na legenda é esquecer o Planalto para se concentrar em campanhas estaduais. Feitas análises e contas, achou-se mais eficaz investir na eleição de governadores e parlamentares. O fato é que a competitividade e o desempenho das legendas nas urnas em 2018 vão passar por uma gestão financeira. Será um bom aprendizado.

CIDADANIA

Segue frequente o desrespeito a regras elementares de convivência urbana em Porto Velho. Motoristas estacionam em vagas de deficientes, pedestres jogam lixo nas calçadas, os sinais de descaso com o espaço público ocorrem o tempo todo. O brasileiro reclama muito das autoridades, mas não cumpre os mais básicos deveres de cidadão.

INVIABILIZOU

O cenário adverso enfrentado por Lula na Justiça também deve afastar os partidos do centrão. Integrantes do PR e do PP, que flertavam com Lula, afirmam que, após a decisão do TRF-4, uma aliança com o PT para a eleição nacional fica praticamente inviabilizada. “A candidatura de Lula perde consistência. Uma coisa é você ser candidato com toda a segurança possível, outra é se lançar em meio a tanta insegurança”, avalia o líder do PR na Câmara, deputado José Rocha (BA).

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