Em Linhas Gerais

No vexame do Senado uma pitada do resto da politicagem rondoniense – por Gessi Taborda

SEM PERSPECTIVAS

A capital rondoniense, Porto Velho, ficou 10 dias sem transporte coletivo. Um pandemônio! Especialmente para usuários de bairros mais distantes do centro. O transporte coletivo urbano por aqui nunca foi uma brastemp. Mas piorou muito graças à incúria dos últimos prefeitos incapazes de dar à capital um sistema moderno e eficiente para esse segmento.

O famigerado “SIM” voltou a funcionar (mais precariamente) no final da última semana, graças ao empenho do prefeito Hildon Chaves, herdeiro desse sistema inventado pelo prefeito anterior, após exterminar com as antigas empresas que por décadas respondiam pelo transporte de massa de Porto Velho. O fato é que ainda não há perspectivas de que a cidade seja dotada de um sistema de transporte público confiável nesse ano.

CAMPANHA

O atual prefeito conquistou grande parte dos votos com a promessa de campanha de resolver de forma definitiva o transporte coletivo que praticamente funcionou em caráter emergencial durante toda a gestão do antecessor.

Hildon Chaves chegou a se comprometer em abrir a caixa preta do tal “SIM” que, claro, serviu para alguns “empresários” locais arrecadarem milhões sem a necessária contrapartida. Se a tal caixa preta foi verdadeiramente aberta, as revelações deixaram de ser surpreendente como se esperava.

VAI PESAR

E hoje são os próprios empresários participantes do “SIM” os autores da gritaria de que o sistema faliu e eles, acumulando prejuízos, não podem mais continuar.

O desenlace dessa pendência certamente pode ser determinante das dificuldades do projeto de reeleição do prefeito. Sem poder usufruir de um transporte coletivo de maior qualidade, a população poderá afastar-se do projeto de reeleição do prefeito.

TRANSPARÊNCIA

Os usuários sempre estão demandando soluções capazes de proporcionar um transporte bom e barato para todos. Pena que isso nunca aconteceu nem quando as empresas operadoras do serviço obtinham lucros imensos com frotas sucateadas e tarifas exorbitantes. O povo – como sempre foi praxe – nunca teve uma gestão do transporte com transparência. Aliás, nos tempos das vacas gordas eram os próprios empresários quem indicavam os chefões da Semtran.

INCOERÊNCIA

A culpa desse caos não é uma invenção da gestão de Hildon Chaves. Tanto assim que o tal sistema “SIM” está judicializado. Aliás, esse é também um dos entraves com o qual o atual prefeito se depara para encontrar uma solução capaz de exterminar essa bomba do transporte, prestes a explodir de vez. Engraçado é que os inventores dessa tragédia jamais foram responsabilizados e punidos!

Para o prefeito Hildon Chaves só há uma alternativa: a solução desse conflito! O povo, que não gosta de ser tratado como idiota e sabe-se lá por quais motivos, acabou elegendo para a Câmara dos Deputados o inventor desse monstrengo batizado de SIM. São as incoerências da política rondoniense.

VEXAME

Teve um sabor especial para Rondônia o vexame dado pelos senadores no final da última semana no processo da escolha do novo presidente do Congresso. A participação rondoniense foi destacada com a presença de Acir Gurgacz, senador condenado. Ele foi fiscal dos votos de seus pares no processo que culminou com a vitória de Davi Alcolumbre.

Na maior cara de pau, era impossível perceber que o senador rondoniense dono da Eucatur teria de ser recolhido à noite ao seu novo endereço, na penitenciária da Papuda.

SEM BRIO

Nos tempos em que as pessoas tinham o brio como um patrimônio de família, quem fosse pego pela Justiça como ladrão acabava se isolando da sociedade por simples vergonha. Hoje isso não acontece por não haver mais o respeito ético!

MAL

Acredite ou não, Rondônia continua mal representada nas principais casas legislativas de Brasília. Ainda bem que na escatológica sessão do Senado, o rondoniense Marcos Rogério (em quem o colunista votou e sequer recebeu uma mensagem de agradecimento) atuou com protagonismo. O negócio é torcer para que os eleitos por Rondônia façam uma autocritica no decorrer do mandato ganhando alguma importância naquele nível de representação.

CANSAÇO

Pessoas me perguntam por que não fui ao Talismã assistir a cerimônia de posse dos deputados estaduais e a vitória de Laerte Gomes como o novo presidente da Assembleia Legislativa rondoniense. Bom, como é do conhecimento de todos, hoje sou apenas um idoso aposentado das guerras de muitos anos do exercício do jornalismo independente.

E assim tenho evitado participar desses eventos que não contribuem para a minha sanidade mental. Continuo crendo que preciso desintoxicar a mente. Cansei-me da politicagem nefasta e do desconhecimento intelectual dos últimos integrantes do parlamento rondoniense.

PARABÉNS

Gostei do resultado da escolha do novo presidente da ALE. Afinal o deputado Laerte Gomes é político alinhado com Expedito Júnior, candidato que apoiei para o governo na eleição passada. E mais do que isso, entre todos os postulantes ao comando do legislativo rondoniense, acho que Laerte tem as melhores condições de trabalhar pelo nosso estado nessa posição honrosa de comando. E assim envio-lhe daqui os meus parabéns!

MUDANÇAS

Espero mudanças profundas na Assembléia com o novo presidente. Que a Casa seja não só o termômetro político do estado, mas também a essência, o equilíbrio e a vanguarda de Rondônia; como foi a primeira legislatura, quando nomes da mais alta competência brilharam em sua tribuna.

NEGLIGÊNCIA

Nos poucos dias da gestão do coronel Marcos Rocha uma evidência clara ficou exposta com a eleição de Laerte Gomes para a presidência da Assembleia. O novo governador está negligenciando a importância da comunicação política tanto com os atores do parlamento como com a própria população. Já existe, pelo desfecho da disputa em torno da mesa da Assembleia, um descontentamento da gestão do militar.

CRISE

Essa negligência não permitiu ao governador indicar um nome forte do seu quadrado para a disputa parlamentar.

Aliás, exatamente por não ter conseguido os melhores nomes para comandar os setores mais vitais de sua gestão, Rocha já contabiliza algumas crises, a mais importante no segmento carcerário. E nesse caso não dá nem para jogar a culpa no governo passado. Afinal Marcos Rocha foi integrante da gestão de Confúcio exatamente nessa área da segurança.

INDEPENDENTE

O deputado Laerte Gomes foi eleito com o propósito de trazer independência para o Legislativo. O governador, claro, não precisa temer um desastre imediato nas relações entre Executivo e Legislativo. A praxe por aqui é que cada deputado só vai decidir se será base ou oposição ao governo fracassar no processo de articulação.

ALERTA

O novo governador de Rondônia até agora (mas isso pode mudar) não demonstrou entender os meandros da realpolitik e por isso precisa estar atento aos mínimos detalhes de sua gestão, onde apenas debuta na politica do estado.

É claro que os diversos interesses organizados em torno do estado tentarão envolver o coronel de todas as formas. Se o seu modo de fazer política for idêntico aos de seus antecessores, poderá perder a oportunidade tirar Rondônia do retrocesso responsável pelas pragas do desemprego, da falta de segurança e do desenvolvimento

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