Em Linhas Gerais

Com mais de 100 anos, Porto Velho não é feudo político de ninguém – Por Gessi Taborda

FILOSOFANDO

“Ai, um dia caminhando vamos entender que estamos numa prisão de muros que se afastam e que é impossível regressar”. MANUEL SCORZA, romancista nascido em Lima, Peru, em 1928, e morto em Madrid em 1983.

EDITORIALZIM

Se o leitor for como eu, certamente não aguenta mais ouvir ou falar do tal Coronavírus. Eu pelo menos mudo de canal quando esse é o assunto. Bem, pretendo não me ocupar disso, especialmente nesse curto editorial pós-carnavalesco. Falemos de política, destacando mais uma vez a questão de Porto Velho, a capital da nossa amada Rondônia.

Procuro fazer análises levando em consideração peculiaridades dessa cidade de mais de 100 anos e que, até agora, não é um feudo eleitoral de ninguém. E é graças a isso que os resultados das últimas disputas sempre desbundaram todas as pesquisas realizadas, muitas pagas a peso de ouro pelos candidatos de fundos elevados.

Nesse ano alguns dos possíveis candidatos, especialmente aqueles sem tradição política, estão usando uma ferramenta sem o desconfiômetro necessário na prática política: a enquete. Ela tem menos valor prático do que a pior pesquisa.

Mesmo levando-se em consideração de que em política não há cadáveres, os formadores de opinião (e não os partidos) dessa capital têm lançado alguns nomes esdrúxulos para (deve ser isso) ver quem realmente tem condições de aglutinar setores políticos além das fronteiras externas dos partidos.

As enquetes não servem nem para termômetro daquilo que vai realmente acontecer a partir das escolhas dos partidos pelos candidatos, aprovados em convenções. Há uma realidade incontestável: para desbancar Hildon Chaves como forte candidato à reeleição será necessário muito da raquítica oposição que, no momento, não tem nenhuma figura que goze da preferência consensual das siglas de oposição ao alcaide.

É claro que a oposição não faleceu mas virou escombros depois dos péssimos gestores da esquerda na prefeitura. Na “oposição” de hoje falta até conselheiros gabaritados. E por isso seus passos são completamente previsíveis.

E entre os candidatos “independentes” há nomes que ressuscitam o exagero das enquetes também pela falta de conselheiros. E aí está um jovem advogado que conseguiu seu primeiro cargo público importante na gestão de Hildon Chaves ostentando fulgurantes índices que servem (certamente ele não acredita nisso) só para realçar seu “savoir faire” e esquecer que não faz tanto tempo assim ele era apenas um títere de seu amo, que agora despreza e desafia.

Hildon Chaves foi considerado pela mídia especializada do Brasil no final do mês passado como um dos melhores prefeitos do país, exatamente por ter colocado as finanças pública da cidade, além de estar desenvolvendo um ambicioso cronograma de realizações nessa gestão.

Mesmo assim, com todo o reconhecimento (inclusive nas enquetes publicadas) o prefeito não aborda sua candidatura à reeleição, em respeito à resistência de sua própria família em viver de novo esse clima de disputa.

Acontece que Hildon demonstrou até agora que é um homem de equipe e deve levar em consideração a postura dessas lideranças que gravitam em torno de si para estar disposto a enfrentar a corrida eleitoral desse ano.

Quem trabalha com o prefeito Chaves garante que ele é hoje “um ator político que compartilha análises e decisões” com sua equipe, dando atenção especial àqueles que estiveram ao seu lado na sua primeira disputa.

Aos personagens que estiveram ativamente presentes em sua primeira campanha o prefeito tem dito de forma clara que “não teme se submeter novamente ao veredito popular” exatamente por estar seguro que tem feito “o melhor que foi possível para desenvolver a cidade”.

O prefeito sabe que poderá cumprir todas as suas metas num novo mandato, exatamente por ter resgatado a capital de anos de gestões que “praticamente destruíram a economia do município”. Ele admite: “o povo terá oportunidade de eleger os melhores candidatos” para melhorar a vida socioeconômica de Porto Velho e garantir a continuidade do projeto que vem tocando com sucesso em sua gestão.

PRÓXIMO GOVERNADOR

É claro que a eleição municipal desse ano não tira do radar a disputa de 2022, quando a população vai escolher seus representantes na Câmara, Senado, Presidência da República, deputados estaduais e governo. A disputa está longe e mesmo assim as especulações acontecem cada vez mais intensas.

E entre os nomes especulados para substituir o atual governo do coronel Marcos Rocha ganha relevo o do deputado federal Leo Moraes. Para isso alguns de seus admiradores acham que ele não “correrá o risco de disputar” as eleições desse ano. A explicação é simples: “se o Leo fosse vitorioso na disputa abriria espaço para o retorno de Marinha Raupp à Câmara”. E isso, dizem, é o que ninguém quer.

TEATRO

Acontece amanhã, dia 3, o coquetel de lançamento da edição de 2020 do espetáculo teatral “O Homem de Nazaré”, quando serão apresentados os responsáveis pela direção e produção, além do ator que vai interpretar o papel de Jesus Cristo na peça. O evento dessa terça será aberto às 19h30, no Teatro Guaporé, com entrada franca.

CINZAS

Neste carnaval andei remexendo nos baús e encontrei velhos recortes de jornais. Entre eles lá estava um recorte dessa coluna publicada no extinto “O Estadão do Norte” há mais de 20 anos. Outro recorte, também amarelecido era a da coluna “Política em 3 Tempos” que me fez lembrar do saudoso amigo Paulo Queiróz. No momento de emoção e reflexão cheguei mais uma vez a pensar em por um ponto final na minha atividade de jornalista.

Senti imensa saudade das pessoas que fui conhecendo ao mesmo tempo em que fui me dando conta dos grandes amigos que fui esquecendo. Senti uma dor imensa constatando que muitos desses amigos que partiram não deixaram legado reconhecido e me dei conta de que o mesmo poderá acontecer comigo. Daí mais uma vez pensei em parar… Mas como? Sou e sempre fui obcecado pelo jornalismo. Me saí bem nos jornais e revistas por onde passei. Me saí bem nas emissoras de rádio onde fiz todos os tipos de programas. É, mas estou ficando cansado e preocupado com a futilidade do jornalismo de hoje. Os maiores jornalistas com os quais convivi estão no completo esquecimento. Não consigo apontar entre os atuais alguém com a inteligência e argúcia de saudosos companheiros como Paulo Queiróz e Paulo Caldas (melhor colunista social que passou por Rondônia), Vinicius Danin, entre outros, e nesse cenário acabo me perguntando se valeria a pena continuar escrevendo essa coluna que sempre foi dedicada a temas políticos…

PROFISSIONALMENTE

Passei todo o carnaval sem escrever praticamente nada, nem mesmo nas minhas redes sociais, diante do receio de que tudo não passasse de simples arroubos de escrever simplesmente por escrever.  E agora, nesse domingo sem cor, de inverno amazônico com sua chuvinha intermitente, minha vontade de voltar a tamborilar frases e pensamentos soltos de pós-carnaval acontece numa superação da preguiça de escrever apenas profissionalmente.

Estou vivo e tenho de vencer sempre, na medida do possível, a mediocridade e o claustro a que me submeti nos últimos anos. Não escrevo mais como repórter: procuro vasculhar as aparências e ampliar, o quanto possível, a área da consciência, onde está escrito que o autor, como tantos colegas de antanho, não será nunca uma celebridade.

VINICIUS NÃO SAI

Ouvi de fontes bem posicionadas na política rondoniense que Vinicius Miguel não será candidato na corrida pela prefeitura de Porto Velho. E não é pelo fato de ter aparecido com índices baixíssimos numa enquete feita pela internet. É, segundo tais fontes, pelo fato de que Vinicius, que se destacou na última disputa eleitoral, colocou no seu radar a disputa pela reitoria da Universidade Federal de Rondônia, a Unir.

LEGITIMIDADE

Então o Brasil de hoje é isso. Alguns nomes inseridos na intelectualidade, sempre prontos a combater o governo eleito, chegam ao cúmulo de argumentar que a manifestação convocada para pressionar o Congresso a desistir da implantação do parlamentarismo branco não tem legitimidade. Ora, manifestação popular é um direito constitucional democrático e não pode ser visto como mero confronto. Numa política como a brasileira não se consegue nada se não houver manifestações que afrontem as manobras dos parlamentares, no geral preocupados em manter para si mordomias e direitos excepcionais.

A esquerda está carregada de filósofos (??) prontos a defender o diálogo desde que ele seja a favor de suas teses. Na verdade não há tom de ameaça na convocação das manifestações do dia 15. Não devemos esquecer que graças ao potencial das manifestações havidas foi que o Congresso acelerou alguns processos, como a Reforma Previdenciária, que sempre estavam travados. Quem insufla a população contra instituições como o Congresso e o STF são seus próprios membros que preferem estar do lado errado e não do lado do povo. É preciso alertar políticos e ministros do STF que a paciência do povo tem um limite.

PASCOA

Antes mesmo que o carnaval terminasse, os ovos de Páscoa começaram a chegar aos supermercados. Os itens têm começado a chegar cada vez mais cedo, e o lado positivo disso é que o consumidor pode começar a conhecer as opções, além de a indústria brasileira de chocolates ter gerado 14 mil vagas temporárias para a Páscoa de 2020.

HOJE

A Receita Federal abre hoje (10), às 9h, a consulta ao lote residual de restituição multiexercício do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (IRPF), referentes aos exercícios de 2008 a 2019.

DEUSES?

O senador se acha mais importante que um cidadão comum, que pode falar e fazer qualquer coisa, está acima das leis do país. Confunde o senado com a Câmara dos Lordes. Ameaça outros e não admite jamais ser ameaçado. É a própria encarnação da república. O mandato que recebeu para representar o seu estado lhe confere poderes imaginários que põem em prática quando lhe dá na telha. E assim o senador cearense levou dois “tecos” no peito. Engraçado, tem um senador rondoniense que está agindo exatamente como membro do Olimpo.

AUTOR: GESSI TABORDA –  JORNALISTA –  COLUNA EM LINHAS GERAIS

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