Em Linhas Gerais

As geringonças travestidas de comunicação enterram gestores e políticos de Rondônia – Por Gessi Taborda

FILOSOFANDO

“Para a mente humana, tão fundamental quanto sentir é imaginar. E é tão necessário pensar quanto criar”. GASTON BACHELARD, filósofo e poeta francês, nascido em junho de 1884.

EDITORIALZIM

Descobri a justificativa de instituições como o parlamento e o executivo em manter geringonças batizadas de assessorias de comunicação.

O objetivo delas é alimentar (mal) as comunidades midiáticas com seus veículos de “massmedias” (na maior parte das vezes inúteis como meios de informação). As instituições no geral tratam mal a sociedade civil e suas assessorias tentam sempre esconder isso. Elas são cabides de emprego somando zero para o futuro da democracia.

As tais assessorias vivem de preencher todas as mídias com sua produção de “spins” noticiando só o que interessa aos poderes instalados. É sempre a mesma coisa: produções sem originalidade, teclando os mesmos assuntos de décadas, com as mesmas conclusões suspeitas que, imaginam, chamará a atenção dos cidadãos-contribuintes-eleitores.

O negócio é garantir os óbolos reservados para esses arautos sempre dispostos a defender o “status quo” de uma classe de gestores e de políticos que deixaram de ser respeitáveis e se tornaram inconsequentes, sobretudo no respeito ao uso do dinheiro público.

A população está por aqui com os desvios éticos e de conduta do parlamento.

Agora mesmo alguns cidadãos buscam organizar uma resistência cívica ao costume tribalizado da Assembleia de pagar auxílio moradia aos deputados, mesmo para aqueles com residência na capital. A esse tipo de coisa, as tais das assessorias não reportam nada, assim como não descortinam nada sobre os outros custos e despesas bizarras de suas instituições.

Até hoje, só para exemplificar, não se ouviu nenhuma justificativa para uma sinecura feita no princípio do ano, quando dois deputados viajaram aos Estados Unidos com tudo pago pelo parlamento tendo como justificativa a desculpa de que viajaram para fazer “um curso” sobre ação parlamentar. Detalhe: os dois agraciados não sabem nadinha de inglês. Aliás, não dominam nem mesmo o vernáculos nacional.

Ninguém perguntou ao presidente do Legislativo por que aprovou esse “turismo” de seus pares. Todo o batalhão midiático preferiu manter a vidinha regiamente paga com as regras da democracia viciada para garantir benesses do grupo que se diz representante do povo.

SEM RESULTADOS

Acompanhei como jornalista todos os governadores rondonienses desde a transformação do território em Estado. Imaginei que nenhum superaria, em mediocridade, o governo de Ângelo Angelim, nomeado como governador tampão após a demissão do Teixeirão, coronel escolhido para a missão de transformar o antigo território num estado emancipado. Parece que errei. O atual governador, que também é coronel, foi eleito pelo voto popular e nem por isso demonstra que irá desbancar Angelim como o pior ocupante do Palácio Getúlio Vargas.

Até agora os resultados do governo entronizado no Palácio Rio Madeira só são bons na propaganda veiculada nas redes sociais e nas mídias domesticadas. Fora disso não há qualquer percepção de resultados capazes de modificar a situação rondoniense. O mínimo que se pode dizer do coronel Marcos Rocha: é um governo amorfo.

RARA BELEZA

Rondônia é possuidora de uma beleza natural e enquadramento territorial que justificaria uma gestão estadual mais empenhada, com maior foco nos detalhes, com ambição estratégica e com uma visão clara de longo prazo. Somos um estado bem localizado na Amazônia, temos na capital o Rio Madeira, importante afluente do Amazonas e fazemos fronteira com a Bolívia. Só isso já motivaria uma paixão para se cuidar bem desse jovem estado.

Lamentavelmente, após mais de um ano da gestão desse governador, o que assistimos é uma gestão amorfa, sem direção e sem resultados.

UMA PENA

Não vejo em Marcos Rocha a energia e a paixão necessárias para cuidar de Rondônia, e essa ausência reflete-se num conjunto de falhas e faltas graves. Parece até que o coronel não vive o governo; é uma pena.

Numa gestão atenta e mais empenhada teríamos em áreas sensíveis como a Casa Civil e a Comunicação Social, obrigatoriamente profissionais de reconhecida competência, de currículo impecável em suas áreas de atuação. Sabidamente isso não acontece. Na Casa Civil está um jovem saído de uma rede falida de supermercados e sem qualquer preparo para exercer as conexões políticas próprias do cargo.

E na Comunicação tem-se a presença de uma pessoa sem nenhum destaque em redações importantes, sem saber realmente manejar as minúcias da “última flor do Lácio”.

INTEGRADOR

Ah se essa gestão do coronel Marcos Rocha fosse ambiciosa, contemporânea e empenhada! Ele agiria como elemento integrador e dinamizador de projetos de maior intervenção na área metropolitana de Porto Velho, a capital do estado, trazendo para ela soluções em áreas como saúde, saneamento, educação e até o embelezamento urbano.

Alguém conhece algum projeto em desenvolvimento pelo governo estadual na área metropolitana de Porto Velho? Alguém sabe se o tal governador executa uma política clara de erradicação da pobreza, de integração social e dignidade laboral em alguma parte do estado?

Se fosse um gestor com visão de se integrar aos desejos da população, certamente apoiaria de forma concreta o desenvolvimento urbanístico das principais cidades rondonienses, com destaque para a Capital que continuará sendo a grande vitrine de Rondônia.

Alguns cidadãos imbuídos na defesa do patrimônio histórico rondoniense existente na capital nunca cobram a participação e obrigação do governo estadual na preservação de nosso vasto patrimônio, cada vez mais degradado. E porque não cobram?

MEIO SÉCULO

Há 55 anos os moradores das proximidades da rua do Canal, localizado no bairro do Areal, clamavam à prefeitura por tirá-los do isolamento. Nunca foram ouvidos. Esse flagelo acabou. O prefeito Hildon Chaves atendeu a esse pedido de mais meio século. A área que era totalmente insalubre está recuperada. Além de drenada, a área foi totalmente asfaltada, colocando fim ao pesadelo das famílias que não sabiam mais a quem apelar.

LÍDER

O presidente da Federação de Futebol do Estado de Rondônia, Heitor Costa, renovou seu mandato na instituição onde está há décadas. Heitor já foi importante deputado estadual. Na verdade começou sua carreira política no Triângulo Mineiro. A recondução ao cargo aconteceu no último dia de Janeiro. Provou que mesmo longe das refregas eleitorais do passado, Heitor continua sendo um ótimo articulador. Sua recondução à FFER ocorreu por aclamação.

MERECIDA

Flávio Daniel é uma das figuras mais lúcidas do meio carnavalesco de Porto Velho. Ele recebeu uma justa homenagem na tarde do último sábado (1) com a Comenda Bola Sete. Flávio é um pernambucano chegado em Rondônia no ano de 1960, como cabo da Aeronáutica. Assinou vários enredos do carnaval rondoniense e foi, também, mestre de bateria.

TEATRO

Construir o tetro estadual de Rondônia foi uma batalha que durou décadas. Foi promessa feita ainda quando o estado tinha Valdir Raupp como governador. Durante todo o processo de construção, choveram denúncias de corrupção, com pagamentos de propinas, envolvendo até políticos do Acre.

Pois é, o Teatro aí está. Inaugurado há alguns anos. Não adiantou muita coisa. É um teatro sem função,  sem ser palco de espetáculos cênicos. É a demonstração evidente de que o governo não dá a menor importância para o setor cultural. Se desse, com certeza já tinha trocado o secretário responsável por este segmento importante.

Mas não pense que tem gente levando algum tipo de vantagem com esse Teatro do absurdo. Tem lá algumas dezenas de pessoas que ajudam a inchar a folha do governo. Quando alguém do MP vai ver os motivos da falência desse teatro monumental?

O QUE FAZER

O governo local poderia seguir o exemplo de Bolsonaro. O presidente nomeou Regina Duarte, atriz reconhecida e querida do povo brasileiro. O governo rondoniense deveria se mirar nesse exemplo, colocando alguém capaz de fazer alguma coisa pela arte rondoniense, especificamente pelo teatro. Há muito o que fazer pela cultura do estado. É preciso conceber uma política construtiva para as artes. Enquanto isso não for feito coisas como o nosso Teatro Estadual e a Casa de Cultura Ivan Marrocos não passarão de meros cabides de empregos.

RECOMEÇO

Recomeçam nessa segunda, dia 3, os trabalhos legislativos da Câmara e do Senado. Com isso volta a agir bandidos conhecidos do povo!

 

AUTOR: GESSI TABORDA –  JORNALISTA –  COLUNA EM LINHAS GERAIS

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