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Candidatura de Baleia Rossi derrete como Gelo: Racha no DEM ajuda Lira ampliar base após dissidências

Em uma reunião fechada ocorrida nesta terça-feira (26), Maia manifestou insatisfação com o presidente nacional do DEM, o ex-prefeito de Salvador ACM Neto

O racha no DEM, partido do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (RJ), expõs uma crise na candidatura do seu apadrinhado, Baleia Rossi (MDB-SP), ao comando da Casa. Enquanto isso, seu principal rival, o líder do centrão, Arthur Lira (PP-AL), amplia sua base de apoio após dissidências.

Em uma reunião fechada ocorrida nesta terça-feira (26), Maia manifestou insatisfação com o presidente nacional do DEM, o ex-prefeito de Salvador ACM Neto, em um reflexo da dificuldade interna da legenda de se unir em torno de Baleia.

Maia chegou a dizer que o DEM corre o risco de ganhar um apelido dado ao PT no passado, o de “partido da boquinha”.

A eleição para a renovação do comando da Câmara ocorrerá na próxima segunda-feira (1º), às 22h.

De acordo com relatos obtidos pela Folha, Maia demonstrou em sua fala na reunião insatisfação por ACM Neto não ter usado sua influência para impedir as manifestações públicas de apoio a Lira por parte de integrantes do DEM da Bahia.

Maia confirmou à Folha ter usado a expressão, mas disse que ela não foi uma crítica a ACM Neto.

“O que eu disse é que já tinha gente preocupada que o partido tivesse passando uma imagem de que estava negociando cargo e emenda por voto. Um amigo meu, que é admirador do DEM, falou isso. E eu alertei isso ao presidente do partido. E o Neto me garantiu que o partido vai ficar com o Baleia. E que vamos garantir o [apoio ao] bloco [de Baleia Rossi] e, depois do bloco, vamos garantir os votos do partido, mais de dois terços dos votos”, disse Maia.

ACM Neto afirmou que não iria responder as declarações do colega de partido.

“Eu não vou debater pela imprensa, nem com quem pensa de uma forma ou de outra. Não vou ficar alimentando questões internas de divisões de opiniões pela imprensa. Isso tem de ser tratado internamente com quem de direito, que são os parlamentares”, disse o ex-prefeito de Salvador.

Por ora o DEM está formalmente no bloco de apoio a Baleia, mas Lira tenta ampliar as dissidências. A ideia dos parlamentares infiéis é registrar no dia da eleição uma lista com a assinatura da maioria dos integrantes da bancada em apoio ao candidato de Bolsonaro.

Segundo ele, ACM Neto tem afirmado que não vai interferir na disputa. “Em nenhum momento, ele [ACM Neto] pediu para eu votar, por exemplo, no Baleia. Nunca. Ele deixou eu fazer o meu papel.”

O DEM tem 29 dos 513 deputados. Para vencer a eleição, que é secreta, é preciso de mais da metade dos votos dos presentes.

De acordo com a avaliação feita por Maia aos parlamentares, o apoio majoritário da esquerda está garantido ao emedebista. O problema, disse, está no próprio DEM e no PSDB do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Como mostrou o Painel, FHC disse em mensagem encaminhada para o grupo de WhatsApp da bancada que trair a decisão da legenda e votar em Lira é dar adeus às expectativas de ganhar a eleição presidencial de 2022. Isso porque, em sua análise, ninguém confiaria mais na palavra dos tucanos. O PSDB tem 33 deputados.

Nos bastidores, ACM Neto e seus aliados mais próximos têm dito que não interferiram explicitamente para barrar o anúncio público de traições no partido com o objetivo de não prejudicar a candidatura à presidência do Senado de Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que tem o apoio do atual presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e de Bolsonaro.

“Espero ter a maioria do DEM e mais alguns partidos que não compõem ainda o nosso bloco”, disse Lira nesta terça-feira. Além do DEM, ele busca o Solidariedade.

A disputa pela presidência da Câmara tem movimentado intensamente o mundo político, pois o resultado do próximo dia 1º terá o poder de moldar de forma expressiva o cenário político futuro.

Além de definir qual é a pauta de votações, o presidente da Câmara é o segundo na linha sucessória da Presidência da República e, entre seus poderes, tem nas mãos a responsabilidade de definir monocraticamente se dá ou não sequência a um pedido de impeachment contra o chefe do Executivo —há, hoje, 56 peças aguardando análise.

Por

Ranier Bragon , Gustavo Uribe , Danielle Brant e Julia Chaib
Brasília, DF

Com  informações  da FolhaPress

Da Redação Folha

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